Orquestras contagiam público no Baile da Primavera

Pessoas de todas as idades puderam prestigiar gratuitamente as apresentações de cinco orquestras de Salvador

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  • Vitor Rocha

Publicado em 21 de setembro de 2024 às 05:20

O evento ocorreu na Praça do Campo Grande nesta sexta-feira (20)
O evento ocorreu na Praça do Campo Grande, nesta sexta-feira (20) Crédito: Arisson Marinho/CORREIO

A música deu o tom, na sexta-feira (20), para quem foi ao Baile da Primavera, na Praça do Campo Grande. Pessoas de todas as idades puderam prestigiar gratuitamente as apresentações de cinco orquestras de Salvador, que tocaram desde composições clássicas a canções populares. As performances fizeram parte da 10ª edição do Festival da Primavera, realizado pela Prefeitura de Salvador e a Empresa Salvador Turismo (Saltur), que segue até o final deste mês em comemoração a estação das flores.

No centro do largo, na frente do Monumento ao Dois de Julho, um palco foi instalado para acomodar os cinco grupos musicais, cada um representando uma flor. De acordo com o Maestro Paulo Primo, as flores influenciaram na escolha do repertório tocado no evento. "Aqui, na Orquestra Paulo Primo, nós pegamos as rosas. Foi uma ideia da produção que os músicos acataram. A escolha influenciou várias músicas do repertório, por exemplo Rosa de Pixinguinha e Primavera de Tim Maia", contou. Além do grupo de Paulo, a Orquestra da Câmara de Salvador (Ocsal) representou a margarida; Zeca Freitas selecionou o girassol; Sérgio Benutti as orquídeas; e a orquestra do maestro Fred Dantas ficou com os cravos.

Da clássica Primavera de Vivaldi ao reggae de Bob Marley, uma plateia atenta acompanhou um repertório variado. No entanto, para a artista plástica Sara Victória, uma performance se sobressaiu. "Eu venho aqui há muitos anos, sempre acompanho as apresentações. Por ser muito fã de Bach e Mozart, a performance de Bach da orquestra do maestro Ângelo Rafael [Ocsal] me impactou. Bach me emociona muito", disse.

No final da tarde, os espectadores saíram de suas cadeiras e foram dançar em frente ao palco em que as apresentações aconteciam. Este momento do Baile da Primavera é quando os mais velhos se soltam no salão. É o que afirmou a aposentada Marizete Barreto, de 73 anos. "Eu venho aqui há muitos anos e sempre danço. Dançar me deixa mais jovem, mais atraente, mais livre, mais alegre. Sempre vem uns amigos e a gente vem dançar junto. A música e a dança são coisas muito preciosas", destacou.

O entretenimento não ficou restrito aos idosos. O jovem Theo Almeida, de 20 anos, revelou que era sua primeira vez no festival e que gostou das músicas de orquestra. Segundo ele, falta divulgação deste tipo de sonoridade. "Eu não vejo em nenhum lugar. Nas rádios e nas televisões não toca nada disso. Gostaria de ter tido contato com este tipo de música antes. Como que eu vou saber se eu gosto se eu nem mesmo vejo isso em nenhum lugar", evidenciou.

O maestro Paulo Primo concordou com a falta de disseminação da música clássica e afirmou que os jovens admiram as canções orquestradas. "Eu tenho um filho de 13 anos e já fui convidado para tocar no colégio dele algumas vezes. Quando a gente chega lá, os jovens ficam quietinhos, prestando atenção e aplaudindo as apresentações. É uma questão de dar acesso a outros tipos de música, não só essa coisa sensual demais que toca por aí", opinou.

Para Isaac Edington, presidente da Saltur, as orquestras populares já viraram um marco do festival e contribuem para a cultura musical da cidade. "Temos uma cidade potente na música, com o nosso axé e todo o movimento musical do pagode, hip-hop, rap, além das nossas orquestras populares. Sempre buscamos incluí-los em todos os nossos festivais, em uma grande parceria para trazer música de qualidade para Salvador. Afinal, somos a Cidade da Música, um título concedido pela Unesco", celebrou.

Além das apresentações musicais, a Praça do Campo Grande também recebeu a 11ª Feira de Artes da Primavera, organizada pela Associação dos Artesãos da Bahia (Adaba). A feira segue o tema primaveril do evento, com produtos focados em plantas e artesanato, e funcionará até o fim do festival, das 9h às 22h. O evento ocorre até o dia 29 deste mês.

Além da feira, outros eventos e apresentações musicais também seguem na programação do Festival da Primavera, até o dia 29. Confira neste link a programação para este final de semana. 

*Com orientação da chefe de reportagem Perla Ribeiro