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Wendel de Novais
Publicado em 19 de dezembro de 2024 às 13:05
A Operação Mobile, deflagrada pela Polícia Civil (PC), com apoio da Ministério da Justiça, fez com que 436 pessoas precisassem se apresentar e devolver celulares com restrição de roubo e furto na Bahia. Em sua maioria, os convocados para devolução eram pessoas que adquiriram os aparelhos em lojas ou na mão de terceiros. A ação, que acontece em 11 estados do Brasil, tem o objetivo de coibir tanto os roubos e furtos como a receptação desses aparelhos por lojas ou outros compradores.
A Bahia, de acordo com a polícia, acumulou o maior número de celulares recuperados. A entrega aos donos pôde ser acompanhada pela imprensa na manhã desta quinta-feira (19).
A delegada-geral da PC, Heloísa Brito, explicou que essa fase da operação é um ato para conscientização do problema. “Estamos trabalhando para desenvolver sistemas e mecanismos de modo que torne muito mais difícil que uma pessoa adquira e utilize um celular que foi objeto de furto ou roubo. As 436 pessoas devolveram de modo voluntário, a partir da convocação por meio eletrônico”, fala a delegada.
Em um segundo momento, as pessoas que não atenderem a convocação podem ser responsabilizadas ou até responder criminalmente pela utilização desse aparelho. “Quem recebeu e não devolveu será intimado, interrogado e, a partir da origem da explicação que ele der para esse aparelho, pode responder por apropriação, ou outro crime dependendo de como esse aparelho chegou até ele”, afirma Heloísa.
Lojas que recebem os aparelhos e os vendem também são alvo da operação e podem ser responsabilizadas pelo crime de receptação. A operação tenta coibir crimes que prejudicam pessoas como o técnico Henrique Batista, 22 anos, que comprou um celular em abril e foi furtado no mês seguinte. Na ocasião, enquanto estava no Terminal de Ônibus de Pituaçu, alguém tirou o celular do seu bolso.
O jovem só percebeu que o aparelho tinha sumido quando o fone desconectou e a música parou de tocar. No mesmo dia, segundo ele, outra pessoa foi furtada da mesma maneira no local. Sete meses depois, nesta quinta-feira (19), Henrique pôde recuperar o celular que ainda está com a última prestação para ser paga. “Até agora, usava o celular da empresa porque não consegui comprar outro. Agora, sim, vou ficar com o meu e parece que paguei um consórcio do celular”, brinca ele.
As investigações da Operação Mobile vão seguir e, de acordo com a polícia, após o verão, quando os índices de roubo e furto aumentam, outra fase deve ser deflagrada para responsabilizar criminosos e recuperar novos aparelhos.