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Wendel de Novais
Publicado em 22 de fevereiro de 2024 às 05:15
O Km30 foi o bairro mais afetado pelas chuvas em Simões Filho, na terça-feira (20). No local, o volume de água que estava previsto para um mês e caiu em três horas fez um estrago. As ruas se transforam em rios, os carros ficaram submersos e as casas foram invadidas pela água. Em bairros vizinhos, não houve problemas parecidos. Mas o que fez o Km30 inundar? A explicação está na localização.>
Além de estar em uma região mais baixa da cidade, o bairro fica à beira de um afluente, como explicam os moradores. “A água da cidade toda vem para cá porque estamos em uma área baixa que tem bairros mais altos a sua volta. Além disso, o Km30 está do lado de um córrego central [Canal da Muriqueira]. Quando a água veio, o canal transbordou e a gente ficou no sufoco”, relata Djalma Ferreira, 33 anos, morador do bairro. >
Apesar das características geográficas do bairro, moradores garantem que, embora já tenha sido, não é mais comum ver inundações. “Camaçari foi construída em cima de água e aqui é assim. Antes, qualquer chuva dava em alagamento. Depois do canal, a coisa melhorou. Agora, dessa vez, não aguentou e virou esse aguaceiro todo”, conta Francisca Sena, 65. >
Ela se queixa ainda que nem todos os moradores têm os cuidados necessários com resíduos para evitar problemas como o que houve na terça-feira. “Sabendo quem o Km30 é assim, o povo deveria pensar melhor o que faz com o lixo. Acabam descartando de qualquer forma nas valas e em locais que impedem a passagem da água. Não adianta reclamar sem melhorar isso”, pontua a senhora. >
Ao todo, o acúmulo de água durante a terça-feira, em Simões Filho, foi de 94 mm. Por isso, a cidade entrou em alerta vermelho, que foi decretado pela Defesa Civil. Com receio que a chuva voltasse a se repetir, teve quem improvisasse batentes na porta de casa, como Márcia dos Santos, 50. “Aqui na parte da frente, onde fica a casa do meu irmão, fizemos às pressas esse batente com blocos. Ninguém quer passar pelo desespero de ver a água entrando e vimos que o córrego transbordou, chegando aqui na porta. Então, improvisamos assim”, fala. >
Além da preocupação na porta da frente, Márcia afirma que precisa estar atenta ao fundo, onde um muro ameaça cair. Ela conta que já solicitou uma vistoria da Defesa Civil e aguarda uma medida, ainda que seja uma notificação para o vizinho que é proprietário e responsável pelo muro.>