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Millena Marques
Publicado em 4 de abril de 2024 às 10:00
Em geral, inúmeros fatores são responsáveis pela incidência de raios. Entre eles, estão a presença de cadeias de montanhas, localização geográfica no continente e a possibilidade de oceano. Na Bahia, a região Oeste registra a maior incidência do fenômeno. “As temperaturas no Oeste baiano são mais altas e essa região fica mais sujeita a nuvens e tempestades que se formam na Amazônia e migram para região ao lado do Atlântico, passando pelo Oeste, causando tempestades fortes”, explica o pesquisador sênior do Centro de Ciência do Sistema Terrestre (CCST) do Inpe, Osmar Pinto Junior. >
A estudante de pedagogia Juliana Silva, 28 anos, mora em Bom Jesus da Lapa, cidade que registrou um maior número de raios nos primeiros cinco dias do ano: foram, ao todo, 4.046 raios, segundo informações publicadas no G1. A jovem afirma que não tem medo do fenômeno, mas mantém certos hábitos quando escuta um trovão. “Não chega a ser um medo, acho que virou um costume por conta da minha avó. Sempre que escuto um trovão, começo a desligar todos os eletrônicos porque sei que os raios estão a caminho", diz. >
A reportagem solicitou ao Grupo de Eletricidade Atmosférica do Inpe (ELAT/INPE) os municípios baianos que registraram maior incidência de raios na madrugada do dia 2 de março, mas a organização informa que o “sistema não permite analisar quais cidades de um estado teve maior incidência. É possível pesquisar a incidência de raios diretamente por cidade.” >
Em Salvador, por exemplo, foram registrados 32 raios nas primeiras seis horas do dia 2 de março. “As tempestades que ocorreram em Salvador são consideradas pequenas em comparação ao número de raios que atingem outras regiões, como as do Sul e Centro-Sul do estado”, diz Pinto Junior. >
No que diz respeito a estação em que há maior incidência de raios, nenhuma outra supera o verão. Isso porque a umidade e o calor próprios do período, associados, resultam na formação de nuvens carregadas. “A formação de nuvens, principalmente da nuvem cumulonimbus, que deve ter o relâmpago, e aí vamos ter uma incidência de raios bem maior”, explica o professor Alberto Brum, mestre em Geofísica Nuclear pela Universidade Federal da Bahia (Ufba).>
*Com orientação da chefe de reportagem Perla Ribeiro >