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Maysa Polcri
Publicado em 12 de dezembro de 2023 às 10:30
Os soteropolitanos que encherem os carrinhos dos supermercados com itens para a ceia de Natal neste ano devem gastar, em média, R$337,19. É o que aponta um levantamento realizado pela reportagem com os dez itens mais procurados durante o período. A pesquisa levou em consideração os preços mais em conta de seis supermercados de Salvador. >
A cesta é composta de aves natalinas, azeite, caixa de bombom, espumante, lombo, panetone, pernil, peru, sidra e tender. Os itens escolhidos são os mesmos da pesquisa divulgada pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras), que aponta um valor médio de R$321,65% para a região Nordeste do país. >
O valor representa aumento de 7,9% em comparação com o ano passado, quando a média para a região Nordeste foi de R$298,11. A menor variação foi registrada na região Norte (4,6%) e, a maior, no Sudeste (12,2%). A pesquisa aponta ainda que o consumo de bebidas deve aumentar 12% neste Natal. >
Marcio Milan, presidente da Abras, analisa que os consumidores, após a pandemia, estão mais preocupados na hora de fazer as compras. Segundo ele, os clientes realizam mais pesquisas de preços na tentativa de economizar. “Nós percebemos que, após a pandemia, o consumidor está mais atento às ofertas e pesquisando de diversas formas, seja nas lojas físicas ou aplicativos”, pontua. A Associação Bahiana de Supermercados (Abase) foi questionada sobre os preços dos itens mais procurados no Natal, mas não se manifestou. >
Já nos primeiros dias de dezembro, a família de Dalmir Raulino se reúne para decidir os preparativos da ceia de Natal. A idade avançada da matriarca da família, mãe de Dalmir, faz com que os quatro filhos organizem a celebração entre si. Neste ano, o combinado deve ser encomendar os pratos mais elaborados e cozinhar em casa o que for possível. >
“Devemos deixar para fazer em casa aquilo que é mais fácil e mais necessário do ponto de vista de saúde, ao exemplo de alimentos que precisam de uma preparação mais cuidadosa em relação a higiene dos alimentos”, afirma Dalmir. Nesse momento, a família pesquisa os preços e opta pelo melhor custo-benefício sem deixar de lado, é claro, a qualidade. >
“Ninguém merece comer mal em pleno natal, afinal, não existe nada pior que pagar caro por uma comida ruim, né? O custo benefício também é interessante, mas a data pede que a gente seja mais cuidadoso e mais acessível a pagar valores maiores por um serviço idem”, completa. >
Quem também comemora o cenário econômico mais favorável é o setor supermercadista - segmento do varejo responsável por 40% da receita total do período que antecede o Natal. Eles devem faturar R$5,8 bilhões no estado - aumento de 5% em comparação com dezembro passado, segundo a Federação do Comércio da Bahia (Fecomércio-BA). >
As vendas do varejo baiano devem registrar o melhor resultado para dezembro desde 2020. Ainda de acordo com a Federação, as vendas devem atingir R$14,3 bilhões neste mês, o que representa um incremento de 3,7% em comparação com o ano passado. >
Oito das nove atividades que fazem parte do comércio varejista devem acompanhar o aumento das vendas. Os maiores destaques são as Farmácias e Perfumarias (11%), segmento de Veículos, Motos e Autopeças (7,8%) e as lojas de Eletrodomésticos e Eletrônicos (6,3%). >
E em sentido oposto, o segmento de Outras Atividades deverá ser o único a registrar retração de faturamento em relação a dezembro de 2022. A Fecomércio aponta que o resultado está associado à retração nas vendas e ao encerramento de estabelecimentos voltados para a comercialização de artigos pet, artigos esportivos e joalherias.>
A reportagem buscou dados sobre a média de preços da cesta natalina na Bahia e em Salvador com Associação Brasileira de Supermercados (Abras), o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV-IBRE) e o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), mas os órgãos informaram que não realizam o levantamento dos dados solicitados por capital, nem por estado.>
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e a Associação Bahiana de Supermercados (Abase) também foram procurados por causa dos mesmos dados. O IBGE não deu retorno até a publicação desta matéria e a Abase informou que a equipe do setor responsável não estava presente no momento em que a reportagem buscou o órgão.>