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Tharsila Prates
Publicado em 23 de dezembro de 2024 às 17:55
A comunidade e os moradores do Condomínio Busca Vida (CBV), em Camaçari, Região Metropolitana de Salvador (RMS), já estão mobilizados para ajudar na temporada de reprodução das tartarugas marinhas. Eles estão participando de campanhas educativas e de conscientização, em parceria com a Fundação Projeto Tamar, no intuito de superar as ameaças que rondam essa espécie.
De acordo com Marcelo Dourado, síndico administrador do CBV, a praia de Busca Vida é uma das preferidas pelas tartarugas marinhas no momento da desova, que se intensifica no decorrer do verão. Essa escolha se dá pelo fato de a área ser bastante tranquila, silenciosa e escura à noite, quando os filhotes seguem em direção ao mar.
“Por esta razão, os humanos devem adotar uma série de cuidados, visando a proteção desses animais, sobretudo durante a alta estação, quando a ida às praias se torna mais frequente”, explica.
A bióloga Nathalia Berchieri, do Projeto Tamar, informa que não há como prever o momento exato da caminhada dos filhotes, pois dependerá dos nascimentos e principalmente se haverá filhotes retidos dentro do ninho, já que o esperado é que a maioria deles saia sozinha. “Como acordado nos anos anteriores e já vem ocorrendo há algumas semanas, nossa equipe informa a administração do condomínio pela manhã para realizar a atividade de soltura no final do dia, seguindo os protocolos de conservação”, explica.
A Comissão de Meio Ambiente do condomínio também incentiva alguns hábitos simples e práticos para proteger as tartarugas, como manter a área escura à noite ou com luzes fracas, sem fogueiras ou realização de luaus, pois a luminosidade desorienta as tartarugas; recolher objetos e não deixar cadeiras, sombreiros e outros equipamentos fixos na areia, a fim de não criar obstáculos para os animais; passear de coleira com os pets e não usar veículos na praia.
A equipe de ambientalistas do Condomínio Busca Vida também orienta a evitar o uso de rastelo para a limpeza da praia, pois o equipamento pode apagar os rastros que ajudam os pesquisadores a localizar e monitorar os ninhos e os filhotes e também a não remover as estacas identificadas pelo Tamar, pois esta retirada compromete as informações biológicas que vão sendo catalogadas ao longo dos anos.
Além dessas recomendações, Marcelo Dourado alerta para a importância das legislações ambientais de proteção aos ninhos e filhotes, como a Lei 9605/1998, que orienta a não manusear ovos, fêmeas ou filhotes; a Portaria 11/1995 do Ibama e a Lei Estadual 7034/1997, que trata da foto poluição e não permitem a instalação de luzes a 50 metros da maré alta; a Portaria 10/1995 e a Lei Municipal 431/1995, que proíbe o trânsito de veículos na areia; e a Lei Municipal 429/1999, que regula o acesso de animais de estimação na área.