'Não vou me jogar para criar conflito', afirma Lula ao falar sobre eleição em Salvador

O presidente da República inclusive pediu que seus ministros evitem atritos nas eleições municipais deste ano

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  • Da Redação

Publicado em 23 de janeiro de 2024 às 16:04

O petista disse ainda, nas cidades onde houver mais de um candidato da sua base política, precisa tratar a todos com respeito.
O petista disse ainda, nas cidades onde houver mais de um candidato da sua base política, precisa tratar a todos com respeito. Crédito: Ricardo Stuckert / PR

Ao falar sobre a eleição deste ano em Salvador, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse, nesta terça-feira (23), que não vai se “jogar para criar conflito”. O petista afirmou ainda que, nas cidades onde houver mais de um candidato da sua base política, precisa tratar a todos com respeito.

“Eu não vou me jogar para criar conflito. Eu tenho que saber que sou presidente. Tenho que conversar com as pessoas. Tenho que fazer um jogo mais ou menos acertado para que eu não traga problema (no Congresso Nacional) depois de terminar as eleições aqui”, afirmou, em entrevista à rádio Metropole.

"Eu, como presidente da República, não posso fazer uma campanha como se fosse um cidadão comum. Eu tenho que levar em conta que, se tiver dois candidatos da base do governo disputando a eleição, eu tenho que dar um tratamento mais respeitoso. Eu não posso ser acintoso no apoio a um candidato nosso", acrescentou Lula, sem mencionar de forma incisiva o pré-candidato da base petista na capital baiana, Geraldo Júnior (MDB).

Como mostrou o CORREIO nesta semana, o emedebista, que já votou em Jair Bolsonaro (PL) na eleição de 2018, tem enfrentado resistência da esquerda. Uma tendência do PT chegou a pedir ao diretório nacional, na semana passada, que o partido suspendesse o apoio à pré-candidatura do vice-governador da Bahia.

Sem ataques

Na última reunião ministerial, Lula inclusive pediu que seus ministros evitem atritos nas eleições municipais deste ano. Ao colunista Gerson Camarotti, da GloboNews e do G1, um participante da reunião relatou, reservadamente, que Lula disse: "que os ministros não esqueçam que são ministros". A interpretação é de que foi um pedido de prudência, especialmente em função da ampla base formada pelo governo.

Outro participante da reunião mencionou que Lula reiterou a orientação de "evitar conflitos públicos, pois todos pertencem ao mesmo governo", especialmente em situações de rivalidade regional envolvendo membros do Executivo.