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Wendel de Novais
Publicado em 10 de maio de 2024 às 12:00
O caso da estudante que foi vítima de um sequestro dentro do estacionamento da Unime de Lauro de Freitas, na última terça-feira (7), não é a única demonstração de insegurança na instituição. Pelo menos, é o que garante quem estuda no local. Na porta da unidade de ensino, estudantes ouvidos pela reportagem destacaram a ausência de fiscalização no estacionamento onde houve o crime e criticaram ainda a livre circulação de qualquer pessoa nas dependências da faculdade, o que resulta em problemas de segurança, principalmente, à noite. >
Uma estudante de Medicina Veterinária, que prefere não se identificar, lamenta a situação e diz que, no período noturno, não pode nem ir ao banheiro sozinha por conta da insegurança. Segundo ela, desde que entrou na faculdade, há três anos, existe a promessa que vão implantar nas catracas um sistema em que apenas pessoas vinculadas à instituição terão cartão de acesso. No entanto, até hoje isso não ocorreu, e as pessoas conseguem ter acesso ao local sem dificuldade.>
"Até hoje ninguém arrumou isso, então não tem segurança nenhuma aí dentro. Inclusive, eu penso muito em me transferir daqui, porque eu tenho medo de andar pela faculdade à noite. Não pode ir ao banheiro sozinha de noite. O pessoal fala que, se você for, não vá sozinha, vá acompanhada, porque qualquer um entra e faz miséria aí dentro da faculdade", revela a estudante.>
Ainda de acordo com ela, já houve situações em que uma pessoa em situação de rua chegou a entrar em uma sala de aula para falar com estudantes. "Qualquer um entra, inclusive já teve um caso de um senhor que entrava dentro da sala para pedir dinheiro para a gente", fala ela, destacando que o homem não oferecia perigo, mas temendo que, assim como ele, outras pessoas pudessem fazer o mesmo, e algum problema, como o que houve no estacionamento, acontecesse. >
O CORREIO procurou a Unime para comentar as queixas sobre insegurança na unidade e aguarda resposta.>
Mais cedo, a instituição comentou o caso da estudante sequestrada e, por nota, lamentou o ocorrido. Além disso, destacou que o estacionamento é um serviço terceirizado e que a empresa contratada é responsável por cuidar da vigilância e segurança de toda e qualquer atividade explorada no espaço sublocado.>
"Sendo assim, em conformidade com o contrato, toda perda proveniente de furto ou roubo que os usuários venham a sofrer, cabe inteiramente à empresa prestadora do serviço. A instituição ressalta que, ao ter conhecimento dos fatos, acionou a Polícia local e a empresa proprietária do estacionamento a fim de conhecer evidências do ocorrido. A reitoria recebeu e ouviu a aluna em questão, se colocando à disposição para dar suporte e prestar esclarecimentos", escreve em nota. >
Os problemas, porém, não se limitam ao espaço onde os veículos são parados. Um outro estudante, que também não revela o nome, faz coro às criticas da colega. "Aqui tem roubo, furto e agora até sequestro. É claro que a maioria das ocorrências estão no estacionamento, mas a gente vê gente que não é da faculdade circulando em vários lugares daqui e essas pessoas têm a oportunidade de nos assaltar porque não tem nada que nos proteja de uma forma mais segura", afirma.>
Uma terceira estudante faz uma reclamação em relação aos seguranças dispostos no local. De acordo com ela, apesar do serviço privado existir nas dependências internas da Unime, não é realizado da maneira ideal. "Muitos deles ficam na guarita, sem circular, ou então na parte interna da faculdade. E os que estão fora desses espaços, muitas vezes, ficam sentados e desatentos. Eu não me sinto segura com esse serviço que fazem para a Unime", completa a jovem.>
A Polícia Civil (PC) informou que a 23ª Delegacia Territorial (DT/Lauro de Freitas) já tem a ocorrência e apura o caso. "A 23° registrou o roubo de um veículo e um celular, sofrido por uma mulher, dentro de uma instituição de ensino na Avenida Luiz Tarquínio, no centro de Lauro de Freitas. Imagens de câmeras de segurança estão sendo analisadas para identificar o autor do crime e recuperar os objetos roubados", informa a PC.>