Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Millena Marques
Publicado em 12 de fevereiro de 2025 às 05:00
A cesta básica de Salvador passou a custar R$ 590,37 em janeiro, de acordo com a Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI). Para conseguir desembolsar este valor, o trabalhador soteropolitano tem que trabalhar 92 horas e 30 minutos, o que equivale ao comprometimento de 42,04% do valor líquido de um salário-mínimo de R$ 1.404,15, depois de descontado o valor de 7,50% da contribuição para a Previdenciária Social. Além do café, outros doze produtos registraram alta nos preços. >
Sofreram aumento os seguintes alimentos: cenoura (77,08%), cebola (39,38%), tomate (36,60%), café moído (11,75%), carne de sertão (8,88%), frango (7,04%), queijo prato (4,62%), carne de primeira (3,77%), linguiça calabresa (2,54%), maçã (1,84%), ovos de galinha (0,66%), banana-prata (0,60%) e o feijão (0,32%). >
Dos 25 produtos da cesta básica, 12 produtos apresentaram redução: batata inglesa (-27,94%), flocão de milho (-8,61%), óleo de soja (-5,35%), queijo muçarela (-5,09%), manteiga (-4,09%), macarrão (-3,89%), pão francês (-2,64%), leite (-2,35%), arroz (-2,15%), farinha de mandioca (-1,57%), açúcar cristal (-0,91%) e a carne de segunda (-0,20%). >
A SEI calcula o preço da cesta básica com base em 3.495 cotações de preços realizadas em 95 estabelecimentos comerciais (supermercados, açougues, padarias e feiras livres). Em janeiro houve uma elevação de 2,68% em comparação ao mês anterior, dezembro de 2024 – aumento de R$ 15,39 em relação a dezembro de 2024, em termos nominais. >
Segundo o analista da SEI Denilson Lima, uma junção de fatores foi responsável pelo encarecimento dos produtos. “Os fatores climáticos, a elevação de custos e a valorização do dólar tiveram impacto nas lavouras de diferentes culturas, dificultando a oferta de alguns produtos e forçando o aumento do preço da Cesta Básica em janeiro de 2025", disse. >
Dona Maria José Araújo, 85 anos, adotou algumas práticas para economizar nas compras do mês. “Tenho feito congelamento dos grãos. O básico, né, feijão, lentilha, o que pode congelar. Deixa durar quarenta, cinquenta dias, para economizar gás, tempo e dinheiro. Você vem hoje (ao mercado) e vê um preço (dos alimentos) e, daqui a 10 dias, volta já é outro preço”, disse a aposentada. >
Para dona Maria, nenhuma outra palavra pode definir o atual cenário tão bem quanto “absurdo”. “A gente vê esse aumento como? É um absurdo. Desnecessário. Nada justifica. Nós moramos em um país com tanta terra, comemos mal e compramos muito caro. O (aumento do) café foi uma estupidez, isso é muito triste. A gente economiza para comer um pouquinho todo o dia”, disse a aposentada. >
O café, que foi o quarto maior produto com a maior alta em janeiro, foi item que mais encareceu em 2024, com 42,68% de variação, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A péssima notícia é que não há previsão de redução no valor do produto. Em Salvador, o pacote do Maratá 250g é encontrado até R$ 26, de acordo com um levantamento feito pelo CORREIO no aplicativo Preço da Hora, plataforma que oferece dados das notas fiscais eletrônicas do estado da Bahia para apresentar os melhores valores praticados ao consumidor. >
Entre os 25 produtos que compõem a Cesta Básica de Salvador, o subconjunto dos ingredientes relativos ao almoço soteropolitano – composto por feijão, arroz, carnes, farinha de mandioca, tomate e cebola – apresentou alta de 7,54% e foi responsável por 34,73% do valor da referida cesta. Por sua vez, dentro desta cesta, o subgrupo de gêneros alimentícios próprios da refeição matinal soteropolitana – formado por café, leite, açúcar, pão, manteiga, queijos e flocão de milho – diminuiu 1,17% e foi responsável por 34,71% do valor da cesta no mês de janeiro. >