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Maysa Polcri
Publicado em 12 de janeiro de 2025 às 17:34
Na tarde deste domingo (12), todos os caminhos do Centro Histórico de Salvador levaram ao Largo do Pelourinho. O som da percussão, que ecoava pelas ruas estreitas, e as camisas estampadas com o símbolo da banda já indicavam: é dia de se arrepiar com o Olodum. O primeiro ensaio aberto de 2025 atraiu fãs e visitantes, em uma prévia de como será o Carnaval.
A ameaça de chuva forte não afastou o público fiel que, desde o início da tarde, movimentou os arredores do palco, montado em frente à Fundação Casa de Jorge Amado. "Não sou de papel e nem de açúcar", brincou a professora Andreia Cruz, que chegou cedo ao Pelourinho para acompanhar o show de uma das bandas favoritas.
Para a sorte da plateia, o sol deu as caras durante a apresentação, e não foi preciso de guarda-chuva. O ensaio gratuito contou com apresentação de voz e percussão. Os maiores sucessos da banda embalaram os fãs, que fizeram fila para adentrar ao Largo. ‘Doce Mel’, ‘Protesto do Olodum’ e ‘Vem Meu Amor’ foram algumas das canções que animaram baianos e turistas.
"A batida do Olodum é mágica, diferente de qualquer outra coisa. A apresentação emociona, arrepia e, por isso, faço questão de vir todos os anos", destacou Andreia Cruz. As barreiras de revista montada pela Polícia Militar foram fechadas cerca de uma hora após o início do evento. O motivo? Lotação. Dezenas de pessoas ficaram de fora.
O show serviu de prévia para as apresentações do grupo que acontecerão no Carnaval. O tema escolhido pelo bloco para a folia deste ano foi 'Olódùmarè, o Ser Supremo: Raízes e Origens'. "Olódùmaré é o senhor do universo, o criador do mundo. Foi o que deu nome ao nosso grupo. Então, vamos falar em nome de Deus", explicou Lazinho, um dos vocalistas, sobre a palavra de origem yorubá.
O cantor falou ainda sobre a sensação de tocar no Pelourinho, casa do grupo. "É um retorno às origens. Uma forma de agradecer e oferecer lazer gratuito ao nosso povo que nos levou tão longe", completou Lazinho.
Até quem não se programou para assistir ao show não resistiu à percussão do Olodum. Caso da agente de viagens Manuela Campos, que mora em Recife e está em Salvador a passeio com a família.
“Nós viemos visitar o Pelourinho e soubemos, aqui mesmo, que o Olodum iria se apresentar. Não podíamos deixar de prestigiar”, contou a turista. As filhas de 10 e 15 anos assistiam a apresentação ao vivo do bloco pela primeira vez.
Além de animar o público, a apresentação serve de treino para os músicos, como explicou o vocalista Lucas Di Fiori. “Estar no Pelourinho é muito importante. Aqui, ensaiamos as músicas que vamos apresentar no Carnaval. É com a paz de Olódùmaré que esperamos invadir a avenida e levar mensagens de amor para todo mundo”, celebrou.
O bloco se apresenta no dia 2 de março (domingo), no circuito Barra-Ondina. Os abadás são vendidos por R$450. A programação de Carnaval inclui ainda shows em quatro camarotes.
Tombado pela Organização das Nações Unidas (ONU) como patrimônio da Bahia, o Olodum foi fundado em 1979 como um movimento social e cultural. Desde então, promove ações de incentivo à cultura afro-brasileira.
Para quem não pôde ir ou ficou com gosto de quero mais, a notícia é boa. Os próximos ensaios gratuitos acontecerão no dia 19, na Praça Municipal, e no dia 26, no Largo do Pelourinho.