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Millena Marques
Publicado em 18 de fevereiro de 2025 às 06:15
Encontrar um lugar para se hospedar dentro ou próximo de um circuito de Carnaval é uma tarefa de difícil para o folião. Em Salvador, unidades hoteleiras já registram 100% de ocupação para o período. Caso do Hit Hotel, localizado na Avenida Sete de Setembro, na Barra, onde começa o circuito o Dodô. Os pacotes de cinco dias estão esgotados desde dezembro do ano passado, conforme explica a gerente comercial Agustina Quevedo. >
“Por ser bem perto do circuito, a procura é bem alta. Assim que acontece uma edição de Carnaval, já tem procura para o próximo. Isso sempre acontece. Tem hóspedes, aliás, que fazem o contrato com um ano de antecedência”, disse a funcionária. No Hit Hotel, os pacotes custam entre R$ 6 mil e R$ 9,5 mil para quartos duplos, entre 28 de fevereiro e 4º de março. Há apenas dois quartos duplos disponíveis para os dias 28 e 1º de março, mas apenas para diárias. Os valores para os dias específicos são, respectivamente, R$ 2,1 mil e R$ 2,4 mil. >
No Hotel Porto Salvador, situado na Rua Barão de Itapoan, a situação é a mesma. Agustina, que também atende esta unidade, explica que as vagas estavam esgotadas desde o início de janeiro. As buscas são intensificadas especialmente em agosto. “Os dois hotéis já estão lotados”, disse a gerente. Os preços dos pacotes são os mesmo para as duas unidades. >
“São hotéis bem parecidos, da categoria três estrelas e são mais econômicos. A procura é alta pela questão da localização. As pessoas não precisam pegar transporte, vão (Carnaval) e voltam andando, é perto de tudo...”, complementou. As unidades recebem turistas especialmente da Argentina e dos estados do Sudeste, Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo. >
No Rede Andrade Barra Hotel, as vagas para sábado e domingo de Carnaval estão ocupadas desde janeiro. A unidade trabalha com quartos duplos, triplos e quádruplos. Os únicos quartos disponíveis são os duplos, com diárias de R$ 2.040 para os dias 27 e 28 de fevereiro e de 3 a 5 de março. Em média, os triplos e quádruplos eram reservados de R$ 2,5 mil e R$ 3 mil, respectivamente. >
No Hostel Manhatã, na Rua Barão de Itapoan, não há vagas desde antes de dezembro. As diárias no local variam entre R$ 60 e R$ 100 para quartos compartilhados. “Já tem gente procurando agora para o próximo Carnaval, mas a gente não abriu agenda. Só abrimos em maio”, afirma a recepcionista Adriele Macedo. Na unidade, são ofertados dois quartos mistos (para homens e mulheres), com 20 camas cada, e um quarto feminino, com oito camas. “Se há mais vaga, fica mais barato. Vai ficando mais caro quando tem pouca vaga”, complementa a funcionária. >
No Hotel Porto da Barra, dos 36 quartos, apenas dois estão disponíveis: são unidades para três pessoas, que custam R$ 7.200 para seis dias de Carnaval, de 28 de fevereiro a 3 de março. Os principais clientes da unidade são da Argentina, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e São Paulo. “A procura já começa a partir de março. Em novembro, já fica mais difícil de achar vaga”, disse o recepcionista Emanoel Reis.>
Apesar disso, segundo o diretor de Relações Institucionais da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis Bahia (ABIH-BA), Thiago Sena, a demanda por hospedagem ainda vai aumentar na região. "Os hotéis dentro do circuito Barra-Ondina sempre trabalharam com 100% de ocupação ou muito próximo a isso", contou. Ele lembrou que alguns hotéis ainda têm vagas, mas as buscas nos dias que antecedem a festa devem se intensificar. "Esperamos por um aumento nas buscas nesses últimos dias que antecedem a festa, para que a rede hoteleira possa alcançar uma taxa de ocupação superior a 95% dentro do circuito Barra-Ondina, com picos de demanda nos dias mais buscados durante a festa, especialmente o sábado e o domingo", falou.>
O grande desafio que o setor enfrenta no momento, apontou Sena, é a grande quantidade de imóveis residenciais voltados para locação. "Isso tem sido um desafio para a rede hoteleira, não apenas no carnaval, mas em todo o ano, já que legislação atual não garante condições de isonomia entre a locação de imóveis e o setor hoteleiro", avaliou.>
E se a procura é maior que a oferta, o preço tende a ficar mais salgado. Mas, o diretor de Relações Institucionais da ABIH-BA informou que a entidade não notou reajuste expressivo comparado ao ano passado. "Acreditamos que esse percentual seja apenas um pouco superior à inflação no período, devendo ficar abaixo de 10%", acrescentou. >
Thiago Sena ainda destacou que a semana do Carnaval é a de maior receita para o setor, superior a outros períodos festivos como o Réveillon. "E é extremamente importante para a rede hoteleira da cidade, já que existem diversos meses em que os hotéis trabalham com muita ociosidade e vacância. Para muitos o Carnaval representa também uma oportunidade financeira de compensar os longos períodos de baixa demanda e faturamento no restante do ano", completou. >