Receba por email.
Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Wendel de Novais
Publicado em 13 de junho de 2024 às 11:50
Hilda Francine Almeida, 29 anos, mulher que caiu do quinto andar de um prédio de luxo na Paralela no último domingo (9), conta que se jogou para não morrer, após ser agredida diversas vezes por Igor Costa Campos, 39. Ele foi preso em flagrante e teve prisão mantida em audiência de custódia na última terça-feira (11). Em conversa com a reportagem, mesmo muito machucada, ela detalhou os momentos que antecederam a sua queda, afirmou que Igor a agrediu por horas e que decidiu pular por ser sua única chance de sobreviver.
De acordo com ela, as agressões começaram ainda na madrugada do domingo, quando tentava dormir. Hilda caiu do prédio por volta das 14h30. Ela conta que, por conta das horas em que apanhou, chegou a ficar "anestesiada", sem se dar conta do tempo que correu entre os primeiros socos e o momento em que ela conseguiu se trancar no quarto e, depois, pular a janela para fugir de Igor.
“Eu não conseguia falar e nem chorar, não aguentava mais apanhar. No momento em que ele me deixou um segundo dentro do quarto, que eu vi que tava com chave, fechei. Vi a janela e fui na janela mesmo. De lá, vi ele tentando abrir, porque ele tinha todas as chaves. Cheguei a ver o olho dele no momento que eu estava do outro lado da janela. Foi quando eu disse pra mim mesma que não ia deixar ele me botar para dentro da casa de novo, porque eu não ia sair mais viva, não teria outra oportunidade”, diz.
Ela conta ainda que, na hora, nem mensurou que estava no 5º andar do prédio e não pensou na altura, apenas em salvar a própria vida. Isso porque, segundo Hilda, Igor repetia a todo momento que a mataria no apartamento e que ela não sairia viva do local. Durante as agressões, a mulher, que é natural de Maceió-AL e estava com ele há pouco mais de um mês, tentou deixar o imóvel em vários momentos, mas ele impediu em todas.
“Ele disse a todo o momento que eu não ia sair dali viva, que eu já estava morta. Ele ria de mim, ele caçoava, debochava, me humilhava. Dizia que eu não era nada, que eu não era ninguém e que ele era bandido. Falava que eu ia morrer, que eu já estava morta. Eu pedia para sair e ele em nenhum momento deixou. Tentei sair várias vezes, mas ele me puxava pelo cabelo e me jogava de novo no chão”, fala ela.
Hilda revelou que estava grávida e disse que Igor sabia disso desde o fim de maio. Na queda, ela diz que acabou perdendo o bebê. Além disso, ela informa que teve fraturas na coluna, na bacia e na perna esquerda, e que teve todos os dedos do pé esquerdo quebrados. Por conta de cabeçadas, Hilda recebeu 22 pontos na testa. Além disso, na queda, acabou quebrando um osso das nádegas. A Polícia Civil foi procurada para confirmar a gravidez, mas respondeu apenas que o caso está sob investigação pela Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam).
Igor responde por lesão corporal dolosa.