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Larissa Almeida
Publicado em 13 de dezembro de 2024 às 02:30
A presença da máquina de lavar roupa é um indicador de condição de vida, conforto e otimização do tempo. Ainda assim, só 4,9 milhões de baianos (34,8% da população total) têm o eletrodoméstico em casa, de modo que o estado tem o terceiro menor percentual de pessoas em domicílios com o equipamento entre os estados. A informação é do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). >
Segundo os resultados da entidade sobre as Características dos Domicílios do Questionário da Amostra do Censo Demográfico 2022, a presença da máquina de lavar nos domicílios baianos vem quase dobrando a cada Censo. Em 2000, apenas 9,9% das pessoas moravam em domicílios com o equipamento (7ª menor proporção entre os estados), percentagem que subiu para 19,4% em 2010 (6ª menor entre os estados) e para 34,8% 12 anos depois (3ª menor proporção). >
Em Salvador, a proporção da população que mora em residências onde há máquina de lavar é bem maior do que na Bahia como um todo: 61,2%, o que representa 1.473.162 pessoas. A percentagem, que atualmente é a quinta maior do país, também cresceu de forma significativa: era de 27,1% em 2000 e de 44,0% em 2010. >
Mariana Viveiros, supervisora de disseminação de informações do IBGE, afirma que a ausência de uma máquina de lavar roupa em casa geralmente implica na sobrecarga de tarefas para quem é responsável pelo lar. “Quando existe a presença desse equipamento, identificamos ali uma família que teve as condições financeiras de comprar um bem que não é essencial, que dá conforto e mostra que a família tem uma boa condição de habitação. No domicílio que tem mulheres, esse bem contribui para que elas tenham mais tempo livre”, analisa. >
Para ela, o fato de a Bahia ocupar a terceira menor posição entre os estados que têm maior percentual de máquinas de lavar roupa em casa reflete uma questão de renda. É justamente por falta de condições financeiras que a autônoma Renata Silva, 31 anos, lava toda a carga de roupa diária na mão. >
“Viver sem máquina de lavar é ruim demais. A pior parte é na hora de lavar os lençóis e toalhas de banho, pois tem que torcer bem para poder estender. Tem roupas pesadas que também são horríveis de lavar. A única vantagem é que economiza na conta de energia”, afirma a autônoma. >
Para além da questão de renda, a decisão de não ter uma máquina de lavar também perpassa fatores culturais e da esfera individual. Esse é o caso do professor Romário Sena, 29 anos, que nunca teve o eletrodoméstico por falta de espaço no apartamento onde vive e por achar o produto caro demais. >
“Faço uso da lavanderia self-service que, diante da rotina agitada, ajuda muito porque lavo e seco no mesmo espaço. A ausência da máquina não me afeta. Embora seja um gasto mensal, não atrapalha a minha rotina em realizar outras atividades e não ocupa um espaço que não tenho no momento”, ressalta. >