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Elaine Sanoli
Publicado em 8 de março de 2025 às 11:00
Às margens da BR-324, o bairro Porto Seco Pirajá, em Salvador, abriga o único Centro de Distribuição (CD) do Grupo Carrefour na Bahia. Por trás de todo o trabalho de suprir as demandas da rede que atende supermercados como o Carrefour, Sam’s Club e Atacadão, o trabalho é construído por mulheres que são sinônimo de força e potência. Com 20 mulheres realizando o trabalho diário de abastecer as lojas da corporação, o estado baiano ocupa o terceiro lugar no quesito representatividade feminina no setor de logística da rede, dividindo o pódio com o Distrito Federal e Pernambuco. >
O CD já pertenceu a outros grupos e o cenário de representatividade nem sempre foi o mesmo, conta a porta-voz do setor e liderança do Centro, Mirleide Sampaio, 40. “Em 2006, atuei como estagiária e tinha a presença feminina, mas não era no volume e nessa intensidade que a gente trabalha hoje. É muito mais legal trabalhar num grupo que fomenta isso, que nos incentiva a crescer em vários programas para mulheres", relembrou a gerente de logística, que saiu da empresa por um intervalo de tempo, mas retornou ao trabalho. "Ninguém volta para onde não foi feliz”, pondera.>
Engenheira de produção de formação, em outros momentos Mirleide entendeu que precisaria “engrossar o couro” na vida profissional para ser respeitada na posição de liderança, principalmente por homens. "Hoje eu não preciso mais disso, não só pelo ambiente, mas pela atividade que eu executo. As pessoas me respeitam, entendem qual é o meu papel aqui, questionam quando precisam e eu consigo ter um diálogo muito tranquilo, até porque eu busquei autoconhecimento e melhorias do meu lado profissional", afirma.>
Ao longo dos anos, a presença feminina no setor foi expandida em todas as funções. Quando Genilda, 47, ingressou como conferente do setor, em 2011, o baixo número de mulheres na função levantou questionamentos sobre sua própria capacidade para cumprir com as demandas de seu cargo. “Eu pensava que eu não ia conseguir e hoje eu estou nesse cargo, ocupado por poucas mulheres. Eu descarrego carro, eu prefiro carga e me sinto muito orgulhosa de estar nessa companhia há quase 14 anos. Nesse momento, agora, tem mais mulheres do que homens na companhia”, reflete.>
O cenário de maior investimento no potencial feminino, desenvolvido por meio de ações do grupo, é percebido pelas funcionárias, que aproveitam oportunidades de crescer profissionalmente e alcançar espaços cada vez mais significativos. "Cursos, palestras, são aprendizados que fazem com que a gente, além do trabalho, se desenvolva mais”, ressalta Genilda. “Ao longo do tempo, a gente vê essa evolução dentro da companhia e também das próprias mulheres. Hoje, elas conseguem se posicionar mais e melhor sem levantar a voz, colocando um volume bem adequado. Eu percebo um ambiente mais ameno, de mais aceitação”, complementa Mirleide.>
Em todo o país, a logística do Grupo é formada por 920 mulheres, o que corresponde a 29% do quadro geral de colaboradores da área.>