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Maysa Polcri
Publicado em 20 de fevereiro de 2025 às 14:01
Verusca Rendall de Carvalho, que morreu aos 54 anos após realizar três cirurgias plásticas em Salvador, perdeu um rim em decorrência de um câncer. A informação foi divulgada por familiares da vítima. Verusca foi submetida a procedimentos estéticos no abdômen, mamas e pernas durante a segunda-feira (17). Os parentes foram avisados da morte no dia seguinte. >
Os irmãos de Verusca questionam se a paciente deveria ter realizado as três cirurgias de apenas uma vez. "É mais um motivo para que essas cirurgias não devessem acontecer. Ela não tinha um rim porque teve um câncer encapsulado, que não precisou de nenhum tratamento além da retirada, que aconteceu em 2001", conta Soraia Carvalho. >
Jorge Carvalho, irmão de Verusca que reconheceu o corpo da vítima na clínica, também falou sobre a retirada do rim. "Ela tem uma cicatriz de 15 centímetros. Precisamos saber se isso foi levado em consideração durante os exames pré-operatórios", afirma. >
É possível viver sem restrições com apenas um rim, desde que ele seja saudável. O órgão aumenta de tamanho para assumir a função daquele que foi removido. Mesmo assim, é importante fazer acompanhamento médico periódico. >
O câncer encapsulado é um tumor que se desenvolve dentro de uma cápsula fibrosa, que impede que as células cancerígenas se espalhem. Ainda segundo Soraia, o marido de Verusca foi impedido de acompanhá-la durante o procedimento. >
"O meu cunhado, marido dela, foi impedido de ficar com ela a noite como acompanhante. Justamente, porque era uma 'Clínica Day'. Se era uma 'Clínica Day', ela não poderia ter dormido lá. Se ela dormiu lá, o companheiro dela tinha que ter acompanhando ela, e ele foi impedido", disse. >
Na quarta-feira (19), o cirurgião plástico que realizou o procedimento, Marcos Paiva, foi ouvido pela Polícia Civil acompanhado por seu advogado. Procurada para falar sobre o depoimento do cirurgião, a PC ainda não respondeu. A reportagem não conseguiu o contato da defesa do cirurgião.>
Em nota à imprensa após a morte de Verusca, a Clinday disse que possuía na unidade profissional médico e equipe de plantão. "A Clinday sempre ofereceu aos seus pacientes estrutura moderna, seguindo os mais rigorosos protocolos de qualidade, e contínuo compromisso com a segurança e qualidade no atendimento, visando assegurar que todos os processos sejam constantemente revisados para manter o mais alto padrão assistencial", afirmou. >
A clínica também informou que colabora com a investigação. "No momento, estamos colaborando integralmente com as autoridades para esclarecer os fatos com total transparência e que acompanhará de perto o acontecimento e todos os seus desdobramentos, a fim de garantir total conforto à família e a precisa elucidação do caso", completou. >
Verusca Rendall de Carvalho, de 54 anos, morreu após dar entrada em uma clínica de cirurgia plástica em Ondina, em Salvador, para realizar procedimentos estéticos. Três cirurgias foram realizadas no abdômen, mamas e pernas durante a segunda-feira (17). O procedimento teve duração de 15 horas. >
O marido da vítima foi avisado que a paciente teve uma parada cardíaca depois da cirurgia por volta das 5 horas da manhã de terça-feira (18). Ela foi internada às 9 horas do dia anterior para realizar os três procedimentos de vez. As cirurgias de abdominoplastia, prótese de mama e retirada de gordura das pernas eram um sonho da paciente.>
"Só o marido dela sabia que ela faria as três cirurgias de vez. Ela não quis contar porque sabia que o resto da família não iria aprovar", contou Soraia Carvalho, irmã da vítima. O episódio ocorreu na Clinday, em Ondina. Inicialmente, os parentes informaram que Verusca não tinha problemas de saúde. >
A Polícia Civil chegou por volta das 10 horas da manhã para fazer a retirada do corpo, quando familiares aguardavam a chegada do Departamento de Polícia Técnica (DPT). >
Durante coletiva de imprensa na terça-feira (18), o perito criminal Edson Oliveira afirmou que a Clinday realizou os primeiros socorros adequados. "Eles [funcionários da clínica] utilizam os equipamentos de segurança, como desfibrilador, e medicamentos para tentar trazer a vítima de volta à vida. São profissionais habilitados para fazer esse tipo de procedimento, então, todo o esforço foi promovido", disse.>