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Esther Morais
Publicado em 16 de janeiro de 2024 às 08:47
Uma mulher foi vítima de intolerância religiosa na linha 2 do metrô de Salvador, entre a estação Pituaçu e a Tamburugy, na tarde de segunda-feira (15). Um vídeo que circula pelas redes sociais mostra um homem apontando e gritando com a mulher, que usava um colar de conta, objeto tradicional das religiões de matriz africana. Nenhum passageiro se posiciona durante o vídeo. >
O advogado da vítima, Bruno Moura, conta que a cliente entrou no vagão do metrô e o rapaz começou a se direcionar a ela com discurso de ódio contra religiões de matriz africana, especificamente contra o candomblé. “[Ele disse que] ela cultuava ao diabo, que a religião não prestava, que ele já foi da religião e sabe que as pessoa fazem o mal”, afirma.>
A vítima ficou acuada e negou as acusações, mas o homem aumentou o tom de voz e apontou o dedo para ela, narra o advogado.>
O advogado e a mulher vão, nesta terça-feira (16), prestar queixa na Coordenação Especializada aos Crimes de Intolerância e Discriminação (Coercid), no Pelourinho. Além da acusação de intolerância religiosa, haverá pedido por danos morais. "A liberdade religiosa é consagrada na Constituição Federal. Logo, qualquer pessoa que agredir outra, em razão de seguimento religioso, responderá nos Tribunais", argumenta. >
Representantes da Rede de Combate ao Racismo, da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial e dos Povos e Comunidades Tradicionais (Sepromi), também vão acompanhar a vítima durante a denúncia. Em nota, a pasta repudiou o caso e diz que entrou em contato com o advogado da vítima, dando todo o suporte por meio do Centro de Referência de Combate ao Racismo e à Intolerância Religiosa Nelson Mandela.>
Em nota, a CCR Metrô Bahia informou que repudia qualquer prática de atos de intolerância e desrespeito e que a equipe de Agentes de Atendimento e Segurança está disponível para prestar todo o atendimento e auxílio aos clientes. >
A concessionária orienta que todo caso de intolerância ou agressão seja registrado para tomada das devidas providências e afirma que está à disposição das autoridades para contribuir com as investigações.>