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'Muita preocupação': estudantes temem impacto de corte na Ufba em bolsas e residências estudantis

Apesar de perda de R$ 13 milhões, universidade garante manutenção de bolsas e auxílios

  • Foto do(a) author(a) Wendel de Novais
  • Wendel de Novais

Publicado em 28 de fevereiro de 2024 às 07:00

Estudantes temem impacto de corte no orçamento Crédito: Arquivo/CORREIO

A notícia do corte orçamentário da ordem de R$ 13 milhões para a Ufba em 2024 trouxe preocupação para estudantes da instituição. Ao saber da medida, que fará a universidade trabalhar com um orçamento 7% inferior ao que teve no ano passado, os discentes e, principalmente, bolsistas e moradores de residências universitárias, temem ser os primeiros impactados pela restrição de recursos para aplicação no custeio de contas básicas.

Gissele Santos, 29 anos, é moradora de uma residência universitária da Ufba e conta com bolsa-auxílio na faculdade. Os benefícios são fundamentais para sua permanência na universidade. Até por isso, quando soube do corte, ficou logo aflita. "Uma vez que não consigo me manter por precisar me dedicar 100% a faculdade, esse auxílio é fundamental. Recebi a notícia do corte com muita preocupação. Me manter estudando sem a bolsa e até sem a residência, seria desconfortável e desgastante", fala a estudante, que morava em Camaçari e veio a Salvador para estudar Geologia.

Quem carrega o mesmo grau de preocupação é Débora Cruz, estudante de História, que entende que, quando ocorrem cortes, a residência universitária e assistência estudantil como todo são os primeiros a serem deixados de lado. Moradora de residência, ela teme que as restrições se transformem em reduções das bolsas e provoque uma precarização ainda maior das residências, que já passam por uma situação difícil.

“A situação precária das residências universitárias não é de hoje. A Residência Universitária I clama por reformas há mais de uma década. A Residência Universitária III foi fechada em 2009 por falta de reformas e são prometidas novas residências. [...] Recebemos, em 2019, uma emenda parlamentar para a reforma do DCE e que foi ampliada também para a reforma da Residência Universitária I, e em 2019 mesmo essa reforma foi parada”, reclama Débora, que afirma estar na luta pelo fim dos cortes orçamentários e a melhora na estrutura das residências.

A Ufba, no entanto, garante que, mesmo com o corte, as bolsas não serão afetadas, já que grande parte desses benefícios integra a rubrica de assistência estudantil, que teve seu valor aumentado em cerca de 15% em relação a 2023, totalizando R$ 42,5 milhões

A Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) vê no corte para 2024 uma surpresa negativa no regimento orçamentário para as universidades. De acordo com Renato Janine Ribeiro, presidente da SBPC, ações como essas afetam negativamente a ciência. Para ele, mesmo que se mantenha os recursos para pesquisa, pelo fato de o sistema de ensino ser interligado, pode atrapalhar a formação de futuros pesquisadores com a ausência de bolsas.

"A expectativa da SBPC é que houvesse um projeto de recuperação do orçamento das federais, que vem sendo prejudicado há sete anos. Ficamos decepcionados porque, para nós, o processo seria de recomposição dos orçamentos que já tinha começado no ano passado. Foi uma surpresa muito ruim. Esperamos que a mobilização consiga reverter isso, mas sabemos que não é uma missão fácil", diz o presidente.

Raquel Nery, diretora de seguridade social da Federação de Sindicatos de Professores e Professoras de Instituições Federais de Ensino Superior e de Ensino Básico Técnico e Tecnológico (Proifes) e membro da Apub Sindicato, pondera que o corte responde a uma política de austeridade econômica do governo que se estabeleceu há anos. No entanto, destaca que a restrição é prejudicial ao ensino.

“É uma precarização total. Uma precarização real, econômica, infraestrutural e simbólica na vida das universidades. Isso diz respeito a uma forma de gerir o recurso público, que nasce desde a Emenda Constitucional, que definiu o teto dos gastos lá em 2017 e parece ainda repercutir. A gente não superou isso e as universidades têm sido penalizadas. [...] As condições são difíceis, a própria relação da juventude com a educação superior também vai se alterando e isso gera preocupação”, fala.