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Da Redação
Publicado em 22 de julho de 2024 às 16:04
O Ministério Público da Bahia (MP-BA) reconsiderou o arquivamento e determinou a reabertura das investigações sobre o caso do dono de academia acusado de abusar sexualmente da filha de 3 anos, em Salvador. A decisão foi anunciada após a mãe da criança, Tamires de Sousa Reis, denunciar a situação publicamente.
Agora haverá o retorno dos autos à Polícia Civil para continuidade das investigações. Também foi solicitada, à Justiça, medida de proteção à criança.
O órgão justificou que a ação aconteceu após o recebimento de informações adicionais, que foram apresentadas ao MP pelo advogado da mãe da criança na última quinta-feira (18). O Ministério Público ainda esclareceu que havia solicitado o arquivamento do caso com base no inquérito policial, que não identificou indícios suficientes de autoria e materialidade para a configuração do crime.
"Sem esses indícios, não é possível oferecer denúncia, já que, conforme a lei, as acusações criminais precisam apresentar elementos de prova minimamente seguros, sérios e compatíveis com a gravidade dos fatos criminosos supostamente ocorridos e atribuídos a alguma pessoa", argumentou, em nota.
A Polícia Civil ressaltou que o inquérito foi encaminhado em junho deste ano com o indiciamento do suspeito por estupro de vulnerável e confirmou que a Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Contra a Criança e o Adolescente (Dercca) vai cumprir novas diligências sobre o caso e realizar novas oitivas e outras atividades investigativas.
O dono de uma academia de tênis em Salvador está sendo acusado de abusar sexualmente da própria filha, de 3 anos. As acusações foram feitas pela fonoaudióloga Tamires de Sousa Reis, mãe da criança, pelas redes sociais no último domingo (21). Segundo ela, após a separação do casal, a filha começou a chegar da casa do genitor com marcas de agressão no corpo e vermelhidão nas partes íntimas.
A mãe conta que fez a denúncia publicamente após o Ministério Público da Bahia (MP-BA) arquivar o caso no início do mês por "falta de provas concretas" e designar guarda compartilhada. O CORREIO teve acesso a documentações envolvendo o ex-casal e o empresário foi identificado como Paulo Roberto Santos de Souza Filho, mais conhecido como Paulinho Souza e dono da Academia PS Tênis Executivo, no Caminho das Árvores.
À reportagem, Tamires informou que na última semana o genitor manteve contato com a filha, conforme decisão judicial, e a criança segue apresentando sinais de estresse, automutilação e agressão depois do encontro com o pai. A publicação com a denúncia conta com 255 mil visualizações e mais de 10 mil encaminhamentos. Já o perfil da academia está fechado para não seguidores.
A reportagem entrou em contato com o estabelecimento pelo Instagram e Whatsapp, a fim de ter um posicionamento de Paulo Filho sobre o caso, mas não recebeu retorno até a última atualização da matéria.