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Gilberto Barbosa
Publicado em 8 de janeiro de 2025 às 22:45
O Ministério Público do Estado da Bahia (MPBA) abriu nesta quarta-feira (8) um inquérito para verificar "eventual responsabilidade da cantora Cláudia Leitte por danos morais causados à honra e dignidade das religiões de matriz africana". A apuração acontece após a cantora ão fazer menção a "Iemanjá" na música "Caranguejo (Cata Caranguejo)" durante suas apresentações, trocando por "Yeshua".
O MPBA também deu 15 dias para a artista apresentar sua versão sobre os fatos. O documento também determinou a realização de uma oitiva com os compositores da música "Caranguejo" e a realização de uma audiência pública para o dia 27 de janeiro. O inquérito civil foi instaurado após representação formulada pela Iyalorixá Jaciara Ribeiro e pelo Instituto de Defesa dos Direitos das Religiões Afro-Brasileiras (Idafro).
Entenda o caso
A polêmica começou após a cantora trocar a letra da música durante um show no dia 14 de dezembro no Candyall Guettho Square, em Salvador. Na ocasião, Claudia foi criticada nas redes sociais por famosos e lideranças das religiões de matriz africana. Ainda assim, ela repetiu a troca da letra em eventos seguintes.
Claudia Leitte não cantou a música durante sua apresentação no Festival Virada Salvador 2025. No entanto, ela comentou sobre a polêmica durante a coletiva do evento. “Esse assunto é muito sério. Daqui, do meu lugar de privilégios, racismo é uma pauta para ser discutida com muita seriedade, não de uma forma tão superficial. Eu prezo muito pelo respeito, pela sororidade, pela integridade. A gente não pode negociar esses valores de jeito nenhum, nem colocar isso dessa maneira, jogado no tribunal da internet”, comentou.