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Carol Neves
Publicado em 27 de março de 2025 às 12:35
O motorista por aplicativo baleado na Avenida Ogunjá, em Salvador, teve morte cerebral confirmada na quarta-feira (26). Wallace Sacramento Borges tinha 22 anos e foi morto em um assalto. Motoristas por aplicativo fazem um protesto na tarde desta quinta na Avenida Paralela, na altura do Imbuí, pedindo por mais segurança. >
Wallace foi baleado na noite do domingo (23), ao passar pela Avenida Ogunjá. O motorista estava parado em um sinal quando foi abordado por três homens que tentaram roubar o veículo dele. O trio estaria em fuga após tomar outro carro que iria parar de rodar por conta de um sistema com trava. Baleado na cabeça, Wallace foi levado para o Hospital Geral do Estado (HGE), onde faleceu. Os suspeitos fugiram e até agora não foram identificados ou presos. >
O protesto hoje pede por segurança para a categoria, além de justiça. "A gente da família se sente abraço. Estamos aqui a família, a classe Uber, a galera da moto, fazendo um barulho, para que não passe batido e se torne uma mera estatística", disse em entrevista à TV Bahia o irmão de Wallace, Gabriel.>
Os irmãos se falaram pela última vez por volta das 19h de domingo, por aplicativo de mensagem. Cerca de 1h30 depois, Gabriel recebeu as primeiras notícias de que algo havia acontecido com Wallace. "A família imediata foi a primeira a ser noticiada, e mais tarde eu e meu pai. Desespero, a gente desceu pro HGE correndo, ainda assim com uma esperança, mas chegando lá a plantonista já deu um parecer do caso...", explicou.>
Gabriel disse que o irmão "deu azar". "O que a gente tem de informação é que o carro vermelho que aparece nos vídeos era fruto de um roubo anterior", acrescentou. "Wallace deu azar de ser o primeiro carro que esses meliantes avistaram. Não houve nenhuma reação. O vidro estava fechado, a porta também. E Wallace foi baleado na cabeça por pura maldade e os meliantes não levaram nada, carro, aliança, nada". Ele disse ainda que motorista por aplicativo está "virando uma profissão perigo". "A gente já está cansado". >
Os motoristas pediam providências. "Uber não quer morrer", gritavam. Os carros traziam mensagens de "LUTO". >
O secretário da Segurança Pública Marcelo Werner falou à TV Bahia do caso. "Posso destacar que, primeiro, a gente se solidariza com a família e posso reafirmar o compromisso, a partir da investigação já aberta, das perícias já realizadas e imagens da região já coletadas, (que) esperemos que em breve entreguemos à Justiça os responsáveis por esse crime brutal. A investigação corre de forme prioritária, mas sigilosa".>
A Polícia Civil informou que o caso foi registrado como latrocínio - roubo seguido de morte - e é investigado pela Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos de Veículos (DRFRV). "Por ora não dispomos de atualização sobre o caso", diz a corporação em nota. >