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Carol Neves
Publicado em 10 de janeiro de 2025 às 13:20
O motorista de aplicativo Luan Felipe de Araújo Cruz vai entrar com uma ação cível de caráter indenizatório por danos morais contra a médica Fedra Emanuela Aquino Barreto, que o agrediu ao final de uma corrida de Uber, em dezembro do ano passado, no Horto Florestal, em Salvador.
Em nota, a defesa do motorista diz que as providências cabíveis já foram tomadas na esfera criminal, com o caso sendo investigado pela 6 Delegacia (Brotas), e que a expectativa é que a agressora seja indiciada por injúrial real. Luan é representado pelo escritório Costa Advogados.
O episódio aconteceu em 26 de dezembro, quando Luan aceitou a solicitação de uma corrida do Canela até o Horto, às 5h20. Perto do destino da passageira, ela teria exigido de maneira grosseira que o motorista entrasse na garagem do condomínio para que ela desembarcasse.
O motorista diz que viu que o local onde estava parado era próximo à entrada e disse que não entraria no condomínio. Nesse momento, a médica começou a xingá-lo e a dar tapas nele - parte da cena foi filmada por uma câmera que o motorista mantém no carro.
"Os fatos narrados configuram uma grave afronta à dignidade e ao respeito ao próximo, culminando em atos de violência física. A conduta da sra. Fedra, que é médica, evidencia total ausência de empatia e civilidade, violando princípios básicos de convivência e legalidade".
Luan já foi ouvido pela Polícia Civil. A médica também será ouvida, em data não informada pelos investigadores.
Motorista disse que foi surpreendido
Luan atua há um ano e seis meses como motorista de aplicativo e contou ao CORREIO no dia que prestou depoimento que nunca sofreu nenhuma agressão de passageiros. Também rebateu uma suposta versão de Fedra Emanuela, que teria dito que ele foi quem iniciou os atos violentos.
"É só ver a lógica. Se ela foi agredida, como ela disse que foi, é muito simples checar. Olha o espaço de tempo que teve para ela dar o depoimento, se apresentar e dar uma queixa. Eu vejo que ela não deu nem queixa. É como mostra o vídeo ali. Como é que eu agredi ela e ela pediu para entrar no condomínio? Não procede. Isso não existe", reiterou.
Após a corrida, Luan Felipe contou que recebeu suporte da Uber. Inicialmente, a plataforma teria entrado em contato com ele para averiguar o que teria acontecido durante a corrida, já que Fedra teria feito comentários negativos contra ele e o avaliado com apenas uma estrela – mínima avaliação possível na Uber.
Ao ser questionado, Luan narrou o acontecido e enviou o vídeo com a agressão, que só foi gravado quando o motorista notou que a médica estava exaltada. Após isso, a Uber teria avaliado o material e banido a médica. Em nota, a plataforma confirmou o banimento, lamentou o caso e detalhou o suporte prestado ao motorista.
"A empresa conta com um canal de suporte psicológico, desenvolvido em parceria com o MeToo, que foi disponibilizado ao motorista. Além disso, a Uber se coloca à disposição das autoridades competentes para colaborar com a investigação, nos termos da lei", disse.