Motor do Elevador Lacerda é o mesmo desde 1930; veja outras curiosidades do modal

Equipamentos foram instalados em 1930 e modernizados em 1961

Dos 150 anos de existência do Elevador Lacerda, em Salvador, o equipamento está há 57 deles tendo suas cabines alimentadas pelos mesmos motores, instalados em 1930, pela empresa norte-americana Otis Elevator Company. Em funcionamento ainda hoje, os equipamentos são os únicos no mundo - fabricados pela companhia exclusivamente para o modal - e permanecerão após a reforma.

Os dois primeiros foram instalados em 1930, durante uma reforma geral do monumento, e os outros dois em 1961, após o Elevador ser estatizado pela Prefeitura. Os equipamentos são do modelo Otis 74D, contendo mais de 5 mil componentes entre partes elétricas, mecânicas e eletromecânicas.

O secretário de Mobilidade (Semob), Fabrizzio Muller, conta que os motores são utilizados até hoje, em razão da excelência e do bom estado que ainda mantêm. “Eles foram instalados na ampliação do Elevador, exatamente em 1930”, conta. Somente antes dessa época as cabines foram alimentadas por motores diferentes. “Acredito eu que na fase anterior do elevador, que eram apenas as duas cabines que passam pela rocha. Aí eram outros motores”, complementa o gestor.

Segundo a Otis, os primeiros motores instalados pela empresa foram os da segunda torre - a que se projeta para a frente - nos dois novos elevadores, também instalados pela empresa. Na época, a obra de modernização foi assunto na imprensa internacional (Fortune Magazine), revelando que no primeiro dia de operação foram transportadas 24 mil pessoas.

Atualmente, o modal transporta cerca de 22 mil pessoas por dia. Na instalação dos outros dois motores da Otis, para modernizar os dois elevadores que já existiam, em 1961, dobrou-se a capacidade de passageiros por cabine: de 16 para 32 pessoas. Em 2006, o equipamento foi tombado pelo Iphan.

Manutenção e desempenho

Para manter os equipamentos funcionando, o secretário informa que há uma rotina de verificação, conservação e manutenção do maquinário diariamente, com o acompanhamento contínuo de profissionais experientes, preparados e qualificados, presentes permanentemente nas dependências que abrigam os equipamentos.

As últimas transformações, feitas pela empresa no elevador, aconteceram entre 2011 e 2013. Na época, o elevador foi transformado em um microprocessado - como um computador com uma base que manda informações para todo o equipamento funcionar. Ainda segundo a Otis, o elevador instalado na última modernização foi um projeto especial para o Elevador Lacerda devido a sua complexidade e avançada tecnologia.

Em 16 de Janeiro de 2016, o Elevador Lacerda bateu seu próprio recorde de número de passageiros transportados em um só dia: 33.850. Atualmente, o monumento tem capacidade total para 128 pessoas, nas quatro cabinas, e a viagem dura 22 segundos. Transporta, em média, mais de 682 mil pessoas por mês e está aberto todos os dias, inclusive aos domingos, das 6h às 22h.

Reforma

Nesta quarta-feira (13), o prefeito Bruno Reis assinou uma ordem de serviço para dar início a reforma do modal, com o objetivo de resgatar as características originais e modernizar alguns sistemas, como de climatização e iluminação. A previsão é de que a reforma dure cerca de 10 meses e tenha a participação da Otis na parte mecânica. 

O projeto, elaborado pela Fundação Mário Leal Ferreira (FMLF), ainda prevê melhorias estruturais nos saguões que abrigam as quatro cabines dos elevadores, abrangendo desde implantação de sistema de climatização até nova pintura, iluminação, revestimentos das paredes e do piso, assim como soluções para otimizar o fluxo de passageiros. Além disso, toda a parte elétrica e mecânica do ascensor passará por manutenção.

"A gente vai fazer o possível, junto com a Otis, que vai ser fazer a parte mecânica, com a empresa que vai fazer parte da obra civil, vai fazer uma articulação para que tenha o menor impacto possível na utilização do Elevador. Pode ser que, em algum momento possa ter alguma suspensão, mas as pessoas serão avisadas para ter o menor impacto possível", disse o secretário de Mobilidade (Semob), Fabrizzio Muller, durante a assinatura da ordem de serviço da obra.

Com orientação da subchefe de reportagem Monique Lôbo