Mortes, sintomas e tratamento: tudo o que se sabe sobre o surto da febre oropouche

Estado registra mais casos do que o país diagnosticou em todo o ano passado

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  • Maysa Polcri

Publicado em 24 de julho de 2024 às 13:37

Culicoides paraensis, conhecido como maruim ou mosquito-pólvora
Culicoides paraensis, conhecido como maruim ou mosquito-pólvora Crédito: Conselho Federal de Farmácia/Reprodução

Casos de febre oropouche se disseminam na Bahia, especialmente nas regiões sul e leste do estado. Duas mortes pela doença foram confirmadas pela Secretaria de Saúde do Estado (Sesab), mas ainda são investigadas pelo Ministério da Saúde (MS). Os sintomas da oropouche são semelhantes ao da dengue e não há tratamento específico. Veja abaixo tudo que se sabe sobre o surto.

Número de casos

Neste ano, já foram 835 casos confirmados da doença em 59 municípios da Bahia. Durante todo o ano passado, o Brasil registrou 832 diagnósticos positivos para febre oropouche. As regiões sul e leste da Bahia respondem por 97,4% de todos os casos do estado, de acordo com a Secretaria Estadual de Saúde (Sesab). Ilhéus é a cidade com mais casos diagnosticados, foram 110 apenas neste ano.

Mortes

Dois óbitos foram confirmados pela Sesab neste ano. Se confirmados pelo Ministério da Saúde, serão as primeiras mortes registradas pela doença no país. As vítimas eram mulheres, não gestantes, sem comorbidades e com idade entre 21 e 24 anos. Os primeiros sintomas foram febre, dor de cabeça, diarreia, náuseas e dores nos membros inferiores. Os quadros evoluíram para sintomas mais graves, como manchas vermelhas pelo corpo e sangramentos nasal, gengival e vaginal.

Diagnóstico

Os casos da febre oropouche são confirmados através de testes clínicos, epidemiológicos e laboratoriais. Em função do seu potencial epidêmico e capacidade de mutação, todo caso com diagnóstico positivo deve ser notificado às autoridades de saúde.

Tratamento

Não existe tratamento específico para a doença. Os pacientes devem permanecer em repouso, com tratamento sintomático e acompanhamento médico.

Prevenção

A doença é transmitida através da picada do mosquito maruim (culicoides paraensis), conhecido também como mosquito-pólvora. O inseto se prolifera em locais onde há acúmulo de matéria orgânica. Veja os cuidados abaixo.

  • Evitar áreas onde há muitos mosquitos, se possível
  • Usar roupas que cubram a maior parte do corpo e aplique repelente nas áreas expostas da pele
  • Manter a casa limpa, removendo possíveis criadouros de mosquitos, como água parada e folhas acumuladas
  • Se houver casos confirmados na sua região, siga as orientações das autoridades de saúde local para reduzir o risco de transmissão, como medidas específicas de controle de mosquitos

Microcefalia em bebês

O Ministério da Saúde (MS) investiga a relação da doença com casos de quatro bebês que nasceram com microcefalia. Segundo nota técnica divulgada pela pasta, há risco de transmissão vertical, ou seja, da gestante para o bebê. A microcefalia é caracterizada pelo desenvolvimento anormal do cérebro, quando a cabeça do bebê é significativamente menor do que o esperado.