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Esther Morais
Publicado em 8 de novembro de 2024 às 09:50
A Associação de Obstetrícia e Ginecologia da Bahia (Sogiba) afirma que a morte do bebê em uma maternidade de Salvador aconteceu devido a uma "dificuldade no parto". Segundo a entidade, a causa do óbito foi uma distocia de ombro, emergência obstétrica quando o ombro do feto fica preso no osso da mãe, o que impossibilita a saída do resto do corpo da criança. A família do bebê, no entanto, apresenta uma versão contrária.
Uma nota publicada pela associação ainda informa que há manobras resolutivas, mas, nas situações em que os procedimentos não desfizeram a complicação, o resultado é a morte do bebê. Não há pronunciamento direto quanto às acusações de violência obstétrica, uma vez que a mãe do bebê, Liliane Ribeiro, aponta uma lesão no pescoço, supostamente provocada pela profissional que realizou o procedimento, como motivo da morte.
A Sogiba apenas se posiciona dizendo que "mesmo sendo oferecido assistência baseada nas melhores evidências científicas, isto não torna o parto blindado de insucessos. Os profissionais que se dedicam à assistência de saúde são instrumentos divinos, mas não são deuses".
A associação ainda reclamou do posicionamento do acompanhante na sala cirúrgica, sem dar detalhes. "Colocou em risco a integridade física da médica assistente", acusa. "É crucial que todos os presentes no cenário de parto contribuam e atuem de forma sinérgica em equipe com o único objetivo de dar a melhor assistência à pessoa que está parindo e ao seu concepto", acrescenta.
A entidade se solidarizou com a dor da mãe e familiares pela perda desta criança, assim com a equipe assistencial.
O Ministério Público da Bahia (MP-BA) irá abrir uma investigação sobre o caso. Segundo o MP, a apuração do caso será encaminhada por meio de Promotoria de Justiça de Saúde da capital "para verificar se houve erro de algum profissional de saúde, o que poderá se desdobrar em responsabilização criminal". Também será investigado se houve violência obstétrica no caso, acrescentou o Ministério.
A denúncia registrada no dia 31. A família aponta que a criança teria falecido em decorrência de uma lesão no pescoço, supostamente provocada pela profissional que realizou o procedimento, conforme divulgou a Polícia Civil.
Liliane Ribeiro, mãe da criança, relatou que foi obrigada a realizar um parto normal, apesar da recomendação de cesárea feita por outra instituição, e foi mal tratada durante todo o procedimento. Ela ainda acrescentou que foi abandonada pela médica responsável antes do término do parto.
Em nota, a Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab) informou que, ao tomar conhecimento do fato, prestou apoio e acolhimento à família. "Ressaltamos ainda que uma sindicância será rigorosamente conduzida para apurar com transparência as circunstâncias do óbito, respeitando os direitos dos envolvidos e mantendo o compromisso com a ética e a excelência no atendimento", afirmou a pasta.