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Wendel de Novais
Publicado em 22 de setembro de 2023 às 11:18
A Operação Saigon, da Polícia Civil, no bairro de Águas Claras desta sexta-feira (22) já contabiliza ao menos seis mortos e 15 presos. Uma dessas mortes ocorreu em um conjunto de apartamentos na Rua Presidente Médici, onde moradores afirmam ter acontecido 'uma execução' por parte de agentes da polícia. >
De acordo com eles, três policiais arrombaram residências e renderam um jovem identificado como Lucas, que estaria entre os alvos da operação que cumpre mandados de prisão e busca e apreensão contra um grupo investigado por tráfico e mais de 30 homicídios.>
Um dos moradores que estavam no local é sogro do jovem e afirma que ele nunca teve passagem pela polícia ou envolvimento com o crime. Além disso, garante que não houve resistência dele quando os policiais chegaram nos apartamentos do conjunto no Bloco 22.>
"Eles chegaram no prédio, invadiram o apartamento do segundo andar onde meu genro estava e levaram para o terceiro. Lá, no apartamento 303, onde minha mãe mora, arrombaram a porta, quebraram tudo e deram vários tiros depois que botaram todo mundo para fora e ficaram com ele lá dentro", afirma o homem, que tem a identidade preservada pela reportagem.>
De acordo com ele, enquanto estava fora do apartamento, foi possível ouvir oito disparos vindos do local. A esposa do homem diz que os policiais justificaram que Lucas teria reagido, mas afirma que ele já estava rendido, desarmado e sem qualquer possibilidade de se defender.>
"Eram três policiais encapuzados com ele. Nos botaram para fora e disseram que tinham encontrado placa de carro e cápsula de bala. Lucas não tem arma nenhuma e já estava rendido lá. Agora, me diz como é que ele ia reagir e trocar tiro com eles dentro do apartamento. Mataram um inocente desarmado", fala.>
A reportagem procurou a polícia para obter um posicionamento sobre as acusações, mas não recebeu retorno até a publicação desta reportagem. A Operaço Saigon é conduzida pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e conta também com a participação e apoio da Polícia Federal. Além de Águas Claras, em Salvador, mandados estão sendo cumpridos no sistema prisional e em Feira de Santana.>