Acesse sua conta

Ainda não é assinante?
Ao continuar, você concorda com a nossa Política de Privacidade
ou
Entre com o Google

Alterar senha

Preencha os campos abaixo, e clique em "Confirma alteração" para confirmar a mudança.

Recuperar senha

Preencha o campo abaixo com seu email.

Já tem uma conta? Entre

Alterar senha

Preencha os campos abaixo, e clique em "Confirma alteração" para confirmar a mudança.

Dados não encontrados!

Você ainda não é nosso assinante!

Mas é facil resolver isso, clique abaixo e veja como fazer parte da comunidade Correio *

ASSINE

Moradores de São Sebastião do Passé relembram 17 anos da queda do avião em Maracangalha após novo acidente

As duas quedas de aeronaves aconteceram no dia 14 de março

  • Foto do(a) author(a) Larissa Almeida
  • Larissa Almeida

Publicado em 15 de março de 2024 às 10:00

Placa de Marangalha, na BA-512 Crédito: Paula Fróes/CORREIO

Exatamente 17 anos antes do acidente aéreo que vitimou o piloto Jairo Souza, de 55 anos, a região de São Sebastião do Passé foi marcada por outra tragédia envolvendo uma aeronave. Naquela ocasião, no dia 14 de março de 2007, um avião bimotor carregado com R$ 5,56 milhões caiu na Fazenda Nossa Senhora de Lourdes, situada no povoado de Maracangalha, e matou quatro pessoas. A coincidência da data não passou despercebida pelos moradores do município, que constataram o fato assim que ficaram sabendo da queda do avião nesta quinta-feira (14). No local do acidente, houve até quem sugerisse o fechamento do aeroporto da cidade no dia 14 de março.

“Eu até me arrepiei quando falaram que faz 17 anos hoje do acidente em Maracangalha. Achei que era lorota ou brincadeira. Na época, me disseram que caiu um avião cheio de dinheiro por lá. Morreu muita gente porque o pessoal procurava o dinheiro com pessoas que não tinham, espancavam e até matavam”, lembra o empresário Evaldo Fires.

Edson Luiz, 50 anos, gerente da Fazenda Santana e um dos três homens que viram de perto o acidente que vitimou Jairo Souza, disse que a lembrança do ocorrido em Marangalha foi imediata. “Na época, eu fiquei sabendo e ainda fui para lá ver tudo. É uma coincidência muito grande. A diferença é que o acidente de hoje não tinha dinheiro e o de lá estava cheio. Teve muita gente presa, apanhando, tinha muito roubo e invasão de casas”, também recorda.

O aposentado Roberval Silva, de 60 anos, diz que o acontecimento foi tão marcante a ponto de os detalhes do dia jamais terem escapado à sua memória. “Eu estava trabalhando e o avião caiu por volta de 1h. Nós saímos correndo porque não sabíamos o que era. Depois, foi um tumulto porque muita gente foi em cima quando souberam do dinheiro. Foi muito sofrimento e pânico, que durou meses. O acidente de hoje ser na mesma data é uma dessas coisas imprevisíveis que a gente não sabe explicar. É a mesma data e o suspense está aí. Só tem comentários sobre isso na sociedade”, conta.

Os comentários existiam, mas só eram feitos entre conhecidos. Em busca de pessoas que tenham sido afetadas pela época sombria que recaiu sobre o povoado após a queda do avião em 2007, a reportagem foi até Maracangalha e encontrou um local deserto, silencioso e imerso na escuridão e reclusão de portas trancadas ainda no final do entardecer. As únicas pessoas que estavam na frente de casa, ao serem perguntados sobre a tragédia, foram taxativos. “Nós não queremos falar sobre esse assunto porque já trouxe muito sofrimento. Foi uma época muito ruim”.

O CORREIO tentou falar com outros moradores, mas o pacto de silêncio era unânime. Por lá, ninguém quis tocar no assunto nem mesmo para traçar semelhanças entre o passado e o presente.

*Com orientação da chefe de reportagem Perla Ribeiro