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Publicado em 16 de julho de 2024 às 19:59
Aconteceu nesta terça-feira (16) uma reunião entre o Ministério Público da Bahia e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) da ONU. O encontro foi realizado no Centro Administrativo da Bahia (CAB) com o tema “Igualdade Étnico-Racial na Agenda 2030: desafios e oportunidades na Bahia”. >
A reunião integra a programação do Fórum Político de Alto Nível da ONU em Nova York. O fórum apresentou a experiência brasileira com a criação do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 18, de igualdade étinico-racial. O compromisso foi firmado pelo presidente Lula na assembleia geral da ONU no ano passado.>
Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável foram estabelecidos em 2015 e são 17 metas que contribuem para o desenvolvimento sustentável do mundo até o ano de 2030. Por exemplo, a erradicação da pobreza e a igualdade de gênero compõem a lista de objetivos. O 18° ODS foi criado no Brasil para alcançar a igualdade racial no país e acabar com o racismo contra a população negra e indígena. >
Ângela Guimarães da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial e dos povos e comunidades tradicionais (Sepromi), e Ivete Sacramento, da Secretaria Municipal da Reparação (Semur), estiveram presentes no local. A promotora Lívia Vaz, que apresentou o evento, iniciou a reunião falando sobre os assassinatos da população negra no país. “No Brasil, a juventude negra tem um alvo no peito”, disse. >
De acordo com dados da Pnud Brasil, pessoas negras têm expectativa de vida mais baixa em todos os estados brasileiros. Segundo uma publicação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2020, foram 23,6 mortes por 100 mil habitantes. Entre as pessoas pardas, a taxa foi de 34,1 mortes por 100 mil habitantes. Já entre as pessoas pretas foi de 21,9 e brancas foi de 11,5.>
“Não há como dissociar o racismo e a discriminação racial do alcance do desenvolvimento sustentável”, disse o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República Márcio Macêdo, durante o evento de Nova York.>
A discriminação contra povos originários também foi discutida. A superintendente de políticas para povos indígenas do estado da Bahia, Patrícia Pataxó, acusou latifundiários de disseminarem propaganda racista para inibirem o avanço da luta territorial. >
Durante a reunião, Leonel Leal Neto, Representante do Pnud na Bahia, reforçou a importância do orçamento para cumprir os objetivos. “Não é possível ter um discurso muito bonito sobre a importância da reparação e a necessidade políticas públicas e o orçamento não ir junto”, disse.>
*Com orientação da subeditora Caroline Neves. >