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Mergulhador desaparecido em sondagem da Ponte Salvador-Itaparica tentava pagar curso para a filha

Williams da Silva Teixeira sumiu após mergulho de cerca de 40 metros

  • Foto do(a) author(a) Wendel de Novais
  • Wendel de Novais

Publicado em 17 de dezembro de 2024 às 14:30

Williams da Silva Teixeira, 54 anos
Williams da Silva Teixeira, 54 anos Crédito: Reprodução

Antes de desaparecer na Baía de Todos-os-Santos, o mergulhador Williams da Silva Teixeira, 54 anos, disse para a família que faria um trabalho lucrativo, mas não comentou o que era. Um dia depois, na tarde de segunda-feira (16), ele sumiu ao fazer um mergulho sem estar com os equipamentos adequados para o serviço.

Já com 40 anos de mergulho, Williams tinha um motivo especial: pagar o curso de enfermagem da filha. “Ele foi domingo lá em casa e pediu para eu cortar o cabelo dele, porque tinha um trabalho que ia dar um bom dinheiro. Falou ainda que o valor ia ser para pagar meu curso de enfermagem. Estava todo alegre falando disso, mas não disse nada sobre mergulhar”, relata Laís Teixeira, 31, a filha cujo curso Williams queria pagar.

Ex-companheira, mãe de Laís e dos outros dois filhos de Williams, Luzimara Teixeira, 51, diz que o mergulhador não comunicou a família para que ninguém tentasse fazer com que ele não fosse. “Ele tem 40 anos de profissão, muito tempo de mergulho, mas já tem 54 e a gente se preocupava. Para esse trabalho, ele nem avisou a gente. Só disse para ela que ia ganhar muito dinheiro para pagar o curso de enfermagem e mais nada”, diz.

A família só foi comunicada do desaparecimento de Williams oito horas depois do desaparecimento, já às 22h de segunda-feira (16). Os parentes se queixam, no entanto, da empresa não ter revelado nem o nome para eles. “Foram vários representantes lá avisar a gente, mas ninguém disse que empresa era. Como é que eles contratam alguém para mergulho, a pessoa desaparece no momento que está trabalhando e eles só comunicam isso para gente e mais nada? Não explicaram como foi, quem eram e nem se estavam fazendo algo para poder ajudar nas buscas por Williams”, reclama Luzimara.

A concessionária da Ponte Salvador-Itaparica foi questionada pela reportagem sobre qual empresa seria a terceirizada responsável pela contratação de Williams. No entanto, o nome da terceirizada não foi informado pela assessoria, que explicou apenas que o consórcio para construção da ponte é formado pelas empresas CHEC Dredging e Concremat.

Os familiares contam que, pela grande experiência, Williams conseguia fazer mergulhos de até 30 metros no peito, sem equipamentos de ar. Os mergulhadores com quem ele estava o consideram um excelente profissional, mas que teria desaparecido pelas condições adversas a que foi exposto. 

A reportagem ouviu uma fonte, que preferiu não se identificar, e contou que a correnteza estava forte, mas que o dono da empresa terceirizada teria pressionado os mergulhadores a fazerem o serviço. “Na hora que os três voltaram, o dono começou a falar que ele mesmo ia ter que descer. Os mergulhadores falaram que só às 16h, mas ele [Williams] queria mostrar serviço para outras oportunidades e disse que ia tentar, mas não voltou mais. Ele fez porque houve pressão para realizarem o serviço”, completa a fonte.