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Larissa Almeida
Publicado em 22 de novembro de 2024 às 05:46
A menos de um mês para o verão, os soteropolitanos que já planejam aproveitar o tempo livre no final do ano para ir à praia precisam ficar atentos antes de entrarem no mar. Isso porque, quatro trechos de praias de Salvador têm pontos de alerta quanto ao risco de afogamentos, de acordo com a Coordenadoria de Salvamento Marítimo (Salvamar). São eles: Jaguaribe, Piatã, Itapuã e Praia do Flamengo.
As praias consideradas mais perigosas são a de Itapuã e a do Flamengo. Em 2023, essas duas praias e a de Stella Maris foram cenários de cinco das sete mortes por afogamento registradas até outubro. De acordo com Kailani Dantas, coordenador da Salvamar, o risco se deve ao fato de que há correntes mais acentuadas nesse trecho da orla da cidade.
“Do Farol de Itapuã para cima, já entramos em características de mar aberto, o que acarreta maiores ondas e, consequentemente, maior força de mares e correntezas. No entanto, as pessoas não se arriscam tanto, o que diminui a quantidade de ocorrências nesses pontos”, afirma.
Apesar de não ser citada pela Salvamar, a Praia de Stella Maris é outra que requer atenção dos banhistas, segundo avaliação do tenente Paulo Fernandes, do Corpo de Bombeiros. “Infelizmente, isso aqui é um local sinistro. São quatro pontos distintos nesse trecho e todos quatro apresentam valas, além de correntes de retorno que são muito fortes. Não bastasse isso, existem as pedras que aumentam o risco. Quem chega aqui vê que essa é uma praia extremamente rochosa”, aponta.
O tenente Paulo Fernandes é responsável pela coordenação das buscas pelo adolescente Cauã André Ribeiro, de 15 anos, que se afogou e desapareceu no posto 1 da Praia de Stella Maris, na manhã da última quarta-feira (20). Mesmo após um dia e meio de buscas, o garoto ainda não foi encontrado.
De 1º de janeiro até o dia 13 de novembro de 2024, sete pessoas morreram afogadas em praias de Salvador. Ao total, foram computadas 593 ocorrências de afogamentos na cidade, sendo que as praias de Piatã e Jaguaribe foram os principais cenários desses casos, conforme informação da Salvamar.
Segundo Kailani Dantas, ambas as praias não são as mais perigosas, mas apresentam fatores de risco para os banhistas. “Elas têm mais ocorrências por conta do relevo e do fluxo. São praias que acabam sendo mais acessadas pela população da cidade e de regiões metropolitanas, o que acaba influenciando o número de ocorrências”, esclarece.
Entre janeiro e outubro deste ano, os casos de afogamento reduziram 33% em relação ao mesmo período de 2023. Foram 584 ocorrências em 2024 frente a 881 casos no ano passado. Maio foi o único mês que teve mais casos em relação a 2023: foram 32 afogamentos, contra 14.