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Meia hora de tiros e invasão em condomínio: Cajazeiras XI entra na mira da Katiara

Moradores estão assustados por invasões da facção no bairro há uma semana

  • Foto do(a) author(a) Wendel de Novais
  • Wendel de Novais

Publicado em 22 de outubro de 2024 às 12:58

Cápsulas de 9mm e .40 no Caminho 60, umas das ruas invadidas pela Katiara Crédito: Arisson Marinho/CORREIO

O tiroteio que suspendeu a circulação de ônibus na Rua Teodolino Macêdo Campos, em Cajazeiras XI, nesta terça-feira (22), não é algo comum para quem vive no local. Pelo contrário, quando consultados pela reportagem, moradores relataram uma situação de medo e surpresa que começou há apenas uma semana. As ocorrências violentas se iniciaram quando traficantes da facção Katiara (KT), que atuam em localidade vizinhas, começaram a invadir as ruas dos bairros com tiros e gritos.

A ocorrência da madrugada desta terça, no entanto, deixou marcas ainda mais evidentes. Nas paredes de diversas casas, os criminosos picharam a sigla KT, o número 7 e um pentagrama, que são símbolos usados para fazer menção à facção. Até os condomínios, com portões que fecham as ruas, foram invadidos pelos bandidos que pularam muros, danificaram estruturas e bateram portões, o que aterrorizou os moradores.

Chorando, uma moradora, que não se identifica por medo, conta que precisou ir para o fundo da casa com a família para se esconder quando os criminosos da KT chegaram atirando. "Eles subiram meia-noite. Quando bateram o portão, a casa estremeceu toda. Conseguiram entrar e sair do condomínio, usando o portão mesmo. Depois, os tiros começaram bem fortes mesmo porque estavam perto. Todo mundo foi para o fundo lá de casa se proteger. Isso não acontecia aqui, estamos desesperados", relata.

Moradores se assustaram com pichações da Katiara nas ruas Crédito: Arisson Marinho/CORREIO

As vias transversais à Rua Teodolino Macêdo Campos, a principal da região, foram usadas como acesso ao local e acabaram sendo o alvo principal da ação dos bandidos. A reportagem teve acesso a um áudio gravado por moradores durante a invasão. Além de tiros, os bandidos gritavam a todo momento, como conta outra moradora, que, assustada com a ação criminosa, prefere não se identificar por medo de sofrer represália.

“Foi muito tiro, rolou por cerca de meia hora, mas a gente conseguiu ouvir eles gritarem quando parava um pouco. Na hora, um falou que não queria problema com morador e nem vizinhos, mas estava atrás de duas pessoas que não me lembro o nome agora. Na hora, foi tudo muito assustador e não consegui reparar direito no meio do tiroteio e desses momentos que eles gritavam. Toda hora repetiam ‘cadê vocês’ pela rua”, explica a moradora, mostrando que os integrantes da KT estavam à procura de pessoas específicas.

Marcas de disparos estavam espalhadas por paredes de casas Crédito: Arisson Marinho/CORREIO

Por conta da situação, a região amanheceu sem a circulação de ônibus entre 4h e 7h desta terça-feira (22) por conta da falta de segurança para rodoviários e passageiros. Em nota, a Secretaria de Mobilidade de Salvador (Semob) informou que o atendimento foi suspenso, destacando que as linhas seguiram até a rotatória e a base estava numa região conhecida como Ponto 11. Por conta da situação, a Polícia Militar da Bahia (PM) reforçou o policiamento na área. Durante a madrugada, agentes foram acionados por conta do tiroteio, mas não conseguiram localizar os suspeitos.