Receba por email.
Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Carol Neves
Publicado em 29 de dezembro de 2024 às 15:58
A polícia vai investigar uma denúncia de que uma médica chamou um enfermeiro de "macaco"na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro de Itapuã, durante plantão neste domingo (29). Um inquérito policial foi instaurado na 12ª Delegacia para apurar o crime de injúria cometida contra funcionário público.
Segundo relatos, a profissional teria sido desrespeitosa e mal educada com os funcionários da enfermagem em outras ocasiões, sem respeitar os horários de descanso, e agora ela é acusada de cometer injúria racial contra um ddeles.
Em nota, o Conselho Regional de Enfermagem da Bahia (Coren-BA) manifestou "veemente repúdio" ao caso. "O racismo é uma prática abominável e inaceitável em qualquer circunstância, especialmente em ambientes de saúde, onde o respeito mútuo e a colaboração entre profissionais são fundamentais para o bem-estar dos pacientes e para a qualidade do atendimento. É inadmissível que um profissional da saúde, cuja missão é cuidar da população com dedicação e comprometimento, seja alvo de atos tão desumanos e repugnantes", diz o texto. "O Coren-BA reafirma sua posição de absoluta intolerância a qualquer forma de discriminação, preconceito ou violência e exige das autoridades competentes uma investigação rigorosa e a aplicação exemplar da lei. O combate ao racismo é uma responsabilidade de todos e deve ser tratado com a seriedade que o tema exige".
“Não toleraremos em nenhuma hipótese afirmações incoerentes, que visam desqualificar a nossa categoria", diz o presidente do Coren-BA, Davi Apóstolo.
A Secretaria Municipal da Saúde (SMS) informou que abriu uma sindicância interna para averiguação dos fatos. As partes envolvidas registraram boletim de ocorrência.
O Sindicato dos Servidores da Prefeitura de Salvador (Sindseps) divulgou nota dizendo que também acompanha o caso. "Um caso em tela que tem a UPA de Itapuã como cenário de uma acusação grave de racismo será acompanhado pelo Sindseps. A entidade coloca seus serviços de assistência jurídica e psicológica em favor de seus filiados/as sempre que fatos dessa natureza ocorram", diz o texto. "Ressaltamos ainda que esta e outras ocorrências de atitudes preconceituosas precisam ser combatidas pelo conjunto de atores que compõem a saúde pública na capital baiana em parceria com o controle social para que o/a/s responsável/eis pelo cometimento da prática criminosa seja/m responsabilizado/a/s e punido/a/s na forma da Lei".
A Polícia Civil diz que diligências serão feitas para melhor elucidação do ocorrido.