'Mataram em casa pelas costas': irmão de homem morto no Lobato acusa policiais

Joeilton Barreto foi morto na tarde de terça-feira (11); PM afirma que houve tiroteio

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  • Wendel de Novais

Publicado em 12 de junho de 2024 às 13:02

Joeilton morreu na tarde de terça-feira Crédito: Reprodução

Familiares de Joeilton de Jesus Barreto, 31 anos, que morreu em uma ação policial na tarde de terça-feira (11), contestam a versão da Polícia Militar da Bahia (PM-BA) de que houve tiroteio no momento da morte dele na localidade de Boiadeiro, no Lobato. De acordo com Geovane Barreto, 29, irmão de Joeilton, ele estava em casa e foi morto pelas costas por policiais que entraram no imóvel. Ele afirma, inclusive, que não houve tiroteio pela quantidade de marcas de balas na residência após a ação.

“Meu irmão estava em casa, os policiais invadiram e mataram em casa pelas costas. Eu fui para lá depois que soube da notícia e só tinha uma marca de bala na parede. Que tiroteio é esse que só deixa uma marca na parede? No chão, só achei duas cápsulas. Não tem como ter acontecido tiroteio, meu irmão era trabalhador e morreu dessa forma”, declara Geovane.

Em nota, a Polícia Militar informou que, após tiroteio, policiais do Batalhão Patamo, encontraram Joeilton baleado e foi socorrido para um hospital, mas não resistiu aos ferimentos. Ainda de acordo com a PM, os policiais apreenderam fuzil, pistola e câmeras de monitoramento clandestino. A família, no entanto, nega que Joeilton estivesse em posse de qualquer um desses materiais.

A princípio, circulou a informação de que Joeilton seria integrante da facção do Comando Vermelho (CV). Essa é outra informação contestada por Geovane. Ele afirma que o irmão era pedreiro e nunca teve envolvimento com o crime. Destaca ainda que a área onde Joeilton e a família vivem, na verdade, é dominada por uma facção rival ao CV e que, assim, o seu irmão não teria como morar ali sendo da facção carioca.

“Meu irmão morava na Rua Jaime Vieira Lima, aqui no Boiadeiro. Essa área toda, como muitos sabem, é de um rival desse grupo que falam que ele era traficante. Isso é um absurdo. Além de não ser criminoso, não tem como ele ser do CV e morar aqui. Estão usando isso para justificar a morte dele. Ele era uma pessoa de bem e os vizinhos contaram que implorou para não matarem, mas fizeram mesmo assim”, fala.

Após a morte de Joeilton, um ônibus elétrico foi queimado na Avenida Suburbana, na altura da localidade do Boiadeiro. A PM informou que, após a ação que culminou na morte do pedreiro, policiais da 14ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM/Lobato) foram informados que homens armados interceptaram o coletivo e atearam fogo no veículo. A família afirma que nenhum dos parentes de Joeilton tem qualquer relação com a queima do veículo.