Marinha abre inquérito para apurar acidente entre lanchas que matou dois turistas em Boipeba

Nesta quarta-feira (3), o Tribunal de Justiça da Bahia também converteu a prisão em flagrante de Aldir do Rosário Amor Divino em prisão preventiva

A Marinha instaurou um Inquérito sobre Acidentes e Fatos da Navegação (IAFN) para apurar as causas do acidente entre duas lanchas que matou dois turistas em viagem de férias no Distrito de Boipeba, em Cairu. Segundo a Capitania dos Portos da Bahia (CPBA) o prazo para a investigação é de 90 dias e, posteriormente, o inquérito será envio ao Tribunal Marítimo.

A Capitania dos Portos informou ainda que apreendeu a habilitação de Aldir do Rosário Amor Divino, condutor responsável pelo acidente.

Também nesta quarta-feira (3), o Tribunal de Justiça do Estado da Bahia converteu a prisão em flagrante de Aldir em prisão preventiva. A prisão preventiva tem prazo de 30 dias, mas pode ser estendida posteriormente durante o inquérito policial.

Segundo uma das testemunhas, o marinheiro estaria realizando a viagem alcoolizado. O teste do bafômetro, entretanto, apresentou resultado negativo. A justiça aguarda o resultado do exame toxicológico, que poderá agravar a tipificação do crime de homicídio (doloso ou culposo).

O homem poderá responder pelo art. 261 do Código Penal, por “expor a perigo embarcação ou aeronave, própria ou alheia, ou praticar qualquer ato tendente a impedir ou dificultar navegação marítima, fluvial ou aérea”, cuja pena pode chegar até cinco anos ou mais com agravantes.

O acidente

A bióloga Laryssa Galantini, 35, e o advogado Mário Cabral, 34, morreram no dia 29 de dezembro de 2023, depois que um condutor embriagado atingiu outra lancha de passeio em alta velocidade. A embarcação chegou a partir ao meio.

Além dos passageiros que sofreram escoriações, o condutor da outra lancha ficou gravemente ferido e foi socorrido para um hospital na região.

A lancha ‘Bicudinha III’ transportava cerca de oito passageiros entre Valença e a Ilha de Boipeba. A colisão ocorreu na região de Taperoá.

Formada pela Unicamp, Larissa era educadora e ativista ambiental na Chapada dos Veadeiros. Mario Andre, além de advogado, era pesquisador do Núcleo Jurídico do Observatório de Inovação e Competitividade do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (USP).