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Mais de 20 mil pessoas foram picadas por escorpiões na Bahia no último ano

Em janeiro deste ano, estado já computou 718 casos

  • Foto do(a) author(a) Larissa Almeida
  • Larissa Almeida

Publicado em 4 de fevereiro de 2025 às 16:01

Picada de escorpião pode ser letal Crédito: Shutterstock

No último ano, a Bahia registrou 24.049 acidentes por escorpião. Desse total, seis pessoas morreram e 64 foram hospitalizadas, de acordo com dados do Centro de Informação e Assistência Toxicológica da Bahia (CIATox-BA), entidade vinculada à Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab). O número de óbitos foi o mesmo computado em 2023, mas foram registrados 791 casos a mais do que naquele ano.

O crescimento de casos não tem causa determinada por especialistas, mas fatores como o excesso de calor e a facilidade de reprodução dos escorpiões em ambientes quentes e com pouca higiene formam uma combinação que pode justificar o cenário. Em janeiro de 2025, no entanto, foram registradas 718 ocorrências na Bahia – sendo o menor número nesse período dos últimos dois anos; à época, cada um havia computado mais de 2 mil casos.

As cidades baianas que mais registraram acidentes por escorpião em 2024 foram Vitória da Conquista (1.012), Jequié (555), Feira de Santana (547), Irecê (406) e Seabra (360). Vitória da Conquista, inclusive, lidera em número de ocorrências desde 2023 e, em janeiro de 2025, mantém a tendência, com 56 casos já registrados. 

A maioria das ocorrências de contato com escorpião que levaram os baianos ao hospital não tiveram o local especificado. Por outro lado, dentre as áreas identificadas, as zonas rurais eram os ambientes mais comuns. Esse foi, inclusive, o local em que Ana Maria Braga estava no momento que pisou o animal no último sábado (1º), no interior de São Paulo. Ela foi hospitalizada às pressas, recebeu o tratamento indicado e já teve alta.

Especialistas alertam, no entanto, que nem todos os casos têm desfechos felizes como o da apresentadora. Isso ocorre porque algumas espécies do animal têm venenos mais potentes.

De acordo com o professor Artur Dias Lima, doutor em Biologia Parasitária, docente de ecologia médica da Universidade do Estado da Bahia (Uneb) e professor da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, a mais perigosa é o escorpião amarelo, cuja espécie é o Tityus serrulatus. “O veneno dessa espécie, por ser neurotóxico, atinge o sistema nervoso podendo causar insuficiência no coração e nos pulmões (cardiorrespiratoria)”, aponta.

O grupo de maior risco são as crianças, conforme aponta Clarice Cerqueira, que é infectologista e autora de um livro sobre animais peçonhentos. “As crianças tendem a colocar mais as mãos em entulhos e em diversos locais com tijolos. Geralmente, são os membros superiores os mais acometidos”, diz.

Os sintomas da picada começam com uma dor forte, que às vezes exige a injeção de anestésico local por conta da intensidade. A depender da quantidade de veneno injetado pelo escorpião, a pessoa afetada pode ter complicações sistêmicas, o que inclui arritmia (aceleração do coração) e edema agudo de pulmão (inchaço no pulmão), que podem levar a óbito.

Para garantir as chances de sobrevivência, a primeira atitude após ser picado é a de lavar o braço com água e sabão. “Não é para fazer torniquete, ingerir bebida alcoólica, colocar folha ou pomada no local. Tem que lavar a região e procurar atendimento médico. Recomendamos que a pessoa permaneça deitada e hidratada”, recomenda Clarice Cerqueira, que é infectologista e autora de um livro sobre animais peçonhentos.