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Maioria dos agressores de violência doméstica na Bahia é negra e de meia idade; saiba como denunciar

Estudo publicado pelo TJ-BA revelou perfil dos autores de violência doméstica no estado

  • Foto do(a) author(a) Larissa Almeida
  • Larissa Almeida

Publicado em 8 de março de 2025 às 14:00

Adolescente foi vítima de violência sexual
Adolescente foi vítima de violência sexual Crédito: Agência Brasil

Um estudo do Tribunal de Justiça do Estado da Bahia (TJ-BA) revelou que o perfil da maioria dos agressores de violência doméstica na Bahia é negro, de meia idade e com segundo grau de escolaridade. A publicação, que levou em conta as características das pessoas denunciadas pelas vítimas através da Lei Maria da Penha, destacou que os homens são os principais algozes, representando 98,36% dos autores das violências que ocorrem dentro de casa.

Os homens negros lideram as ocorrências de violência contra a mulher, representando 82,29% dos agressores. Em seguida, aparecem homens brancos (13,38%) e amarelos (0,33%). Em 21,52% dos casos, não foi possível determinar a raça dos autores de violência doméstica, porque não havia informações sobre este aspecto.

Lanai Santana, pesquisadora do Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre Mulheres, Gênero e Feminismo da Universidade Federal da Bahia (PPGNEIM – Ufba), acredita que o perfil do agressor pode ser influenciado por fatores como machismo, racismo e desigualdade econômica. “É fundamental abordar essas questões estruturais para prevenir a violência”, alerta.

Segundo o estudo, a idade dos agressores varia entre 19 e 75 anos. No entanto, a maior prevalência ocorre na faixa etária de 40 a 49 anos (32,49%), seguida pela faixa de 30 a 39 anos (31,64%). São, majoritariamente, homens com ocupação autônoma/informal (64,61%) ou emprego formal (25,84%), e com ensino médio completo (31,96%). A minoria tem pós-graduação (1,03%).

Para a desembargadora Nágila Maria Sales Brito, presidente da Coordenadoria da Mulher no TJ-BA, a faixa etária preponderante dos agressores reflete a dinâmica de relacionamento da sociedade baiana. “Os relacionamentos, geralmente, são com homens mais velhos, numa faixa entre cinco e dez anos”, aponta.

De acordo com Nágila Brito, uma das alternativas mais relevantes para coibir novos casos de agressões é o trabalho de conscientização. “Já começamos a ver que precisamos trabalhar mais com grupos reflexivos para homens, porque há entre eles uma cultura voltada para o entendimento de que a mulher deve obedecer”, diz.

Os sinais de alerta podem ser observados em traços de personalidade do agressor, como possessividade excessiva, ciúme patológico, agressividade verbal, mudanças de humor imprevisíveis e atitudes de desrespeito aos direitos e sentimentos da mulher. Quando houver possíveis indicativos de violência, a orientação é buscar ajuda.

“É importante buscar apoio em redes de proteção, como familiares, amigos ou serviços especializados. As mulheres podem procurar atendimento através de canais como o Ligue 180, para orientação e encaminhamento, mesmo que a situação ainda não envolva agressões físicas diretas, o que são vistas como menor potencial ofensivo”, recomendou Lanai Santana, em entrevista anterior ao CORREIO.

Como denunciar

Além do Ligue 180, existem várias maneiras de fazer a denúncia contra violência doméstica. Entre elas, está o Disque 100, do Ministério do Direitos Humanos, que encaminha as ligações para a pasta competente. Há ainda os canais diretos da Polícia Militar da Bahia (PM-BA): o 190 e o 181, para casos de urgência.

De maneira presencial, é possível denunciar casos de violência na Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam). Caso a vítima não queira registrar uma queixa com implicações criminais contra o agressor, há alternativa de pedir medida protetiva diretamente na Defensoria Pública, sem abertura de um inquérito.