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Vitor Rocha
Publicado em 4 de novembro de 2024 às 21:21
Uma mãe perdeu o bebê durante o parto na Maternidade Albert Sabin, localizada na Estrada do Coqueiro Grande, em Salvador. O caso foi registrado na quinta-feira (31) e a denúncia da família aponta que a criança teria falecido devido a uma lesão no pescoço, supostamente provocada pela profissional que realizou o procedimento, conforme divulgou a Polícia Civil.
Liliane Ribeiro, mãe da criança, relatou que foi obrigada a realizar um parto normal, apesar da recomendação de cesárea feita por outra instituição, e foi mal tratada durante todo o procedimento. "A médica que fez meu pré-natal disse que quando chegasse lá, eu deveria ter cuidado em como falar, não gritar, porque eles [funcionários da maternidade estadual] destratam as pessoas que reclamam", contou em entrevista à TV Bahia.
Ela ainda acrescentou que foi abandonada pela médica responsável antes do término do parto. "Ela não teve nem amor ao próximo, ela saiu e deixou minha filha à mercê da morte, isso não se faz", desabafou.
Na quarta-feira (30), Liliane entrou em trabalho de parto com 31 semanas de gestação. Ela descreveu a gravidez como "maravilhosa" e completamente saudável. Após o ocorrido, o hospital informou que o bebê havia nascido morto, mas a paciente contesta essa versão. "Como minha filha saiu de mim morta se antes de entrar na sala de parto ela estava viva? Se eu senti ela mexer? Se a médica mostrou para meu marido a cabecinha dela mexendo? Se eles tentaram reanimar? Minha filha não estava morta", questionou a mãe. No momento, a investigação está em curso pela Polícia Civil.
Em nota, a Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab) informou que, ao tomar conhecimento do fato, prestou apoio e acolhimento à família. "Ressaltamos ainda que uma sindicância será rigorosamente conduzida para apurar com transparência as circunstâncias do óbito, respeitando os direitos dos envolvidos e mantendo o compromisso com a ética e a excelência no atendimento", afirmou a pasta.
O Conselho Estadual de Saúde da Bahia (CES) manifestou preocupação com o caso da Maternidade Albert Sabin e informou que adotará medidas administrativas. "O CES-BA fará uma vistoria juntamente com a Comissão Intersetorial de Saúde da Mulher (Cismu), para avaliar a situação da maternidade e solicitou a Corregedoria da Saúde a abertura de um Processo Administrativo Disciplinar (Pad)", disse em pronunciamento oficial. A entidade ainda destacou que vai solicitar ao Conselho Regional de Medicina do Estado da Bahia (Cremeb) e ao Ministério da Saúde investigações para avaliar a conduta dos profissionais e tomar as medidas legais cabíveis.