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Luís Eduardo Magalhães é a segunda cidade com mais cortiços do Brasil, aponta IBGE

Lençóis e Alcobaça também aparecem no ranking

  • Foto do(a) author(a) Maysa Polcri
  • Maysa Polcri

Publicado em 23 de fevereiro de 2024 às 12:30

Luís Eduardo Magalhães
Luís Eduardo Magalhães Crédito: Divulgação

Em 1890, o escritor Aluísio Azevedo já denunciava a condição de vida precária de moradores de cortiços no Rio de Janeiro. Mais de 130 anos depois, uma cidade baiana tem o segundo maior contingente de pessoas vivendo nessas moradias do Brasil. Trata-se de Luís Eduardo Magalhães, no oeste da Bahia, que viu seu número de habitantes explodir nos últimos anos. Os dados fazem parte do Censo 2022 e foram divulgados nesta sexta-feira (23).

Por lá, 2,8% da população de 107 mil habitantes reside em ‘casas de cômodos’ ou cortiços. São cerca de 3 mil pessoas. O que caracteriza essas moradias, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (Ibge), são os cômodos que funcionam como domicílios. Na dramaturgia, locais como esses foram retratados em Ó Paí, Ó. Na série e nos filmes, os moradores vivem no cortiço de Dona Joana.

O geógrafo Clímaco Dias, professor do departamento de Geografia da Universidade Federal da Bahia (Ufba), analisa que a incidência de cortiços é reflexo direto do agronegócio, que atrai populações de todas as regiões para a cidade. “É um dado surpreendente, mas que mostra que o agronegócio tem problemas de incorporação da população pobre que é atraída para lá e produz desigualdades”, explica.

Depois de Luís Eduardo Magalhães, as cidades com mais pessoas morando em cortiços são Lençóis (0,8%) e Alcobaça (0,6%). Para o professor, o motivo é o mesmo: atração de habitantes que não conseguem ter acesso a boas condições de moradia. “Em Lençóis, a atividade econômica é o turismo, que, muitas vezes, não incorpora de uma forma massiva a população atraída”, completa o especialista. Já em Alcobaça, no extremo-sul, é possível que a atração se dê pela extração de eucalipto.

A supervisora de disseminação de informações do IBGE Mariana Viveiros aponta que não necessariamente os cortiços são moradias precárias. “A categoria abrange não só os cortiços em situação degradada, mas também casas muito grandes em que cada quarto vira um domicílio e os moradores compartilham um banheiro, por exemplo”, diz.