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Wendel de Novais
Publicado em 29 de junho de 2023 às 09:17
A Travessa Frederico Pontes, na região de Água de Meninos, onde um corpo foi encontrado em um tonel de lixo na madrugada desta quinta-feira (29), é um ponto de desova de pessoas mortas. É isso, ao menos, o que garantem comerciantes que trabalham nas imediações do local.
Uma proprietária de bar conta que essa não é a primeira vez que o dia amanhece com um corpo na rua. "Não é a primeira vez que acontece isso aqui, já deixaram corpos aqui umas três vezes. Nunca em uma lata, mas muitas vezes jogado mesmo. A gente não sabe o que é, se é pessoa em situação de rua ou alguém que mataram longe e trouxeram aqui para largar", afirma ela, sem se identificar.
Foi ela, inclusive, a primeira pessoa a ver o corpo dentro da lata de lixo. Como chega no início da madrugada para preparar os peixes, ela tomou um susto ao se deparar com o corpo. "Cheguei às 2h e já estava o corpo. Fui pegar o lixo para botar os peixes e aí eu vi. Nem tinha feito cheiro para perceber porque o odor forte do peixe e disfarça", conta ela.
Policiais militares da 16ª CIPM foram acionados para atender a ocorrência. Os militares acionaram o DPT para a remoção do corpo e realização de perícia. O caso será investigado pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
Outro comerciante, que também não diz o nome, ressalta que a área só tem comércio. De acordo com ele, em Água de Meninos, quem trabalha com peixe chega no início da madrugada e fecha as portas, no máximo, até às 13h. Depois disso, o local fica deserto e perigoso.
"É uma área difícil. Não precisa nem escurecer para ficar problemático. Como a gente abre de madrugada e fecha às 13h, daí pra frente a criminalidade rola solta. O pessoal ocupa, arromba estabelecimento. O meu já foi roubado mais de 10 vezes", lembra ele.
Ainda segundo o empresário, essa característica faz o lugar ser propício para desova. "É um lugar que, principalmente, na madrugada, você chega e sai muito rápido. Além, é claro, de não ter ninguém na rua durante a noite. Então, deixa o corpo sem ser visto e corre pouco risco de ser pêgo", completa ele.
Entre os comerciantes, ninguém que viu conseguiu identificar o corpo. A perícia do DPT deve revelar a identidade da pessoa deixada no local.