'Liga da Justiça': juízes acusados de grilagem têm mais de 100 imóveis no sul da Bahia

Três investigados foram afastados do cargo pelo Tribunal

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Publicado em 26 de agosto de 2024 às 15:43

Tribunal de Justiça da Bahia
Tribunal de Justiça da Bahia Crédito: GIL FERREIRA / CNJ

Os três juízes que atuam na Justiça da Bahia e foram afastados dos seus cargos por corrupção possuem mais de 100 casas e terrenos em seus nomes. Os imóveis estão situados em Porto Seguro, no sul do estado, e envolve investimentos de alto padrão, com casas valendo mais de R$ 3 milhões. O grupo foi nomeado de "Liga da Justiça". As informações são do Fantástico. 

O trio suspeito foi identificado como Fernando Machado Paropat, titular da 1ª Vara dos Feitos Relativos às Relações de Consumo, Cíveis, Comerciais e Registros Públicos; Rogério Barbosa de Sousa e Silva, titular da Vara da Infância e Juventude e Execução de Medidas Sócio-educativas; e André Marcelo Strogenski, titular da 1ª Vara Criminal, Júri e Execuções Penais.

A Corregedoria-Geral da Justiça aponta que o grupo emitia documentos em que apareciam como proprietários de áreas que já tinham dono. O esquema não era descoberto porque o responsável pela fiscalização era um dos juízes. Um promotor, empresários, advogados e um secretário do município são suspeitos dos crimes.

A reportagem entrou em contato com o Ministério Público da Bahia (MP-BA) para ter posicionamento sobre o caso e aguarda retorno.

Já o Tribunal de Justiça (TJ-BA) informou que o Processo está em segredo de justiça, mas confirmou que a ocorrência se trata de uma apuração iniciada pela Corregedoria Geral de Justiça, diante de denúncias sobre o envolvimento de juízes em práticas dissonantes com o exercício da magistratura.

O afastamento dos magistrados ocorreu em sessão do Pleno em procedimento cautelar, de forma unânime, visando a preservação da investigação.

Em nota, os advogados de defesa do trio de juízes negaram as acusações.