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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2024 às 17:18
O líder quilombola Arlindo Firmo de Brito, de 60 anos, foi morto a tiros no Quilombo Tamboril, zona rural de Condeúba, no sudoeste baiano. Segundo informações da TV Sudoeste, afiliada da TV Bahia na região, ele foi atingido por três tiros enquanto estava na porta de casa. A filha da liderança e uma vizinha presenciaram o crime
O caso aconteceu na última terça-feira (8), mas foi relatado na quarta (9) pela Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq) através de nota publicada no Instagram.
“Esse crime covarde não é um ato isolado, há anos presenciamos um longo histórico de violência e brutalidade para com os quilombolas. Sua morte representa uma perda irreparável não só para sua comunidade, mas para todos que estão aguerridos dia e noite para assegurar o cumprimento das políticas mais básicas para seus quilombos”, publicou a Conaq.
A família testemunhou o ato e reconheceram o suspeito, mas optou por não fazer nenhuma declaração pública no momento, por recomendações de segurança. Eles aguardam o avanço das investigações para falar à imprensa.
Ainda segundo a TV Sudoeste, a Polícia Militar (PM) apontou o suspeito como Wilson Pereira Pardinho. Ele seria um traficante da região e morava no povoado. Na noite do crime, ele chegou em carro, invadiu a casa, atirou na vítima e fugiu em seguida. O caso teria sido motivado seria vingança, já que Wilson teria ficado revoltado com Arlindo, que também era agente de saúde e não passava na casa dele por medo.
Em nota enviada a reportagem, a PM informou que "policiais da 80ª Companhia Independente (CIPM) foram acionados, na tarde de terça-feira (8), para averiguar a informação de uma pessoa ferida caída ao solo na zona rural de Condeúba. Ao chegarem, os PMs constataram o fato. Uma equipe do Samu prestou os primeiros socorros, mas a vítima não resistiu".
De acordo com a Polícia Civil (PC), o autor do crime foi identificado por testemunhas e segue foragido. O caso está sendo investigado pela Delegacia Territorial (DT/Condeúba). Guias para perícia e remoção do corpo foram expedidas, enquanto investigações são conduzidas com o objetivo de localizar o suspeito.
“Exigimos das autoridades competentes que tomem as medidas cabíveis para encontrar os autores do crime e tomem ações efetivas de proteção para as lideranças que diariamente arriscam suas vidas apenas por exigir aquilo que é nosso por direito”, completou a Conaq na nota.