Justiça mantém prisão preventiva do dono de Mercedes Benz usada em roubos na Pituba

Flávio Lima Portela, de 39 anos, que foi identificado como autor de roubos na região da Pituba a bordo da sua Mercedes Benz C200, ficará preso por pelo menos um mês. A decisão foi mantida pela Justiça em audiência de custódia realizada nesta sexta-feira (21), mesmo após a defesa apresentar laudo médico que alega insanidade do cliente.

No termo da audiência, documento ao qual o CORREIO teve acesso, consta que a defesa chegou a pedir que a prisão preventiva de Flávio fosse substituída pelo monitoramento eletrônico, sob alegação de que ele “é portador de síndrome de dependência ao uso de cocaína, transtorno mental e comportamental devido ao uso de substância psicoativa, não especificado e transtorno de ansiedade generalizada e transtorno de hiperatividade e déficit de atenção”.

Em entrevista à coluna Insegurança, o advogado David Mendez havia dito que, além da dependência química, a defesa usaria outros argumentos para evitar a manutenção da prisão. "Ele tem residência fixa e haverá um risco à vida dele, como a de outros presos, pois poderá apresentar um surto psicótico na unidade sem as medicações e a abstinência", disse. O argumento, no entanto, não constou nos autos da audiência.

O juiz manteve a prisão preventiva do dono do carro Mercedes Benz por entender que havia “elementos concretos e não meras conjecturas” que o ligam aos roubos, assim como existe uma investigação em curso que pode ser atrapalhada com a soltura. Além disso, a autoridade judiciária apontou que as condições pessoais de Flávio não justificam a liberação no momento.

Flávio Lima Portela está preso desde quarta-feira (19) por suspeita de envolvimento em vários roubos de celulares na região da Pituba. Ele foi detido por equipes da 16ª Delegacia (Pituba). As investigações apontaram que os crimes, ocorridos entre os meses de dezembro de 2024 e janeiro de 2025, foram praticados pelo suspeito e quatro comparsas. Um dos envolvidos, apontado como o homem que descia do carro para executar os assaltos, já foi identificado.

Os crimes de Flávio, no entanto, não se limitam aos assaltos praticados entre dezembro do ano passado e janeiro deste ano. Ele tem passagens na polícia por tráfico, ‘sequestro’, violência doméstica e descumprimento de medida protetiva na capital baiana.

O acusado é de uma família milionária e, de acordo com fontes que preferiram não ter a identidade revelada, a família está “abalada e consternada”, além de “desgastados pelos vícios do acusado, especialmente cocaína e crack”.