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Da Redação
Publicado em 22 de fevereiro de 2024 às 12:43
A Justiça concedeu liberdade provisória ao empresário Fábio Pipa, suspeito de cometer maus-tratos contra os pais. Ele terá que usar tornozeleira eletrônica e cumprir medidas de restrição. Fábio não poderá aproximar-se das vítimas e de seus familiares, inclusive a irmã que noticiou os fatos, ou do endereço deles durante toda semana, inclusive nos finais de semana. Ele também não poderá entrar nas empresas da família.
Nesta quinta-feira (22), foi realizada a audiência de custódia de Fábio. O advogado do empresário, Paulo Kleber Carneiro, afirma que a prisão foi ilegal. Segundo ele, nunca houve episódio de agressão, e sim uma divergência entre os irmãos em relação à gestão das empresas da família. As divergências, segundo o advogado, sequer viraram inquéritos, porque não havia provas.
"Aconteceu uma briga entre irmãos que são futuros herdeiros. Isso é uma discussão patrimonial, o que se quer é afastar Fábio da empresa para que os outros irmãos possam comandar os negócios", disse.
Ele citou ainda uma carta de próprio punho assinada pelos pais de Fábio Pipa que inocenta o empresário da acusação de agressão. O documento já teria sido integrado ao processo. O empresário foi preso na tarde de terça-feira (20), no escritório do restaurante Caranguejo do Farol, por descumprir uma medida judicial.
Segundo a Polícia Civil, em novembro de 2023, os pais do empresário o denunciaram por ameaça de morte e foi solicitada uma medida protetiva. Em 25 de janeiro, a justiça concedeu a medida protetiva e determinou que Fábio mantivesse distância da casa dos pais e das empresas da família. Além do restaurante já citado, eles são proprietários da Barraca Pipa, em Praia do Flamengo, e de duas produtoras.
O empresário desrespeitou a decisão e foi até o restaurante na terça-feira. Um familiar avisou à polícia e Fábio foi preso em flagrante no escritório do restaurante. As denúncias existem desde 2014 e, segundo a polícia, os pais dele se queixam de ameaças de morte e de agressões. Atualmente, eles têm mais de 70 anos.
Nesta quinta-feira, após a audiência de custódia, o advogado de Fábio afirmou que nunca houve ameaças ou agressões. Ele disse que os boletins registrados pelos pais do empresário, desde 2014, foram motivados por disputas financeiras pelo comando das empresas, e acusou a irmã de Fábio de incitar os pais a prestar queixa contra o empresário.
Na decisão tomada na audiência de custódia, a juíza determinou que se o empresário voltar a desrespeitar a medida e tentar se aproximar dos pais ou de uma das empresas, será aplicada a prisão preventiva. Em relação ao uso obrigatório da tornozeleira eletrônica, o advogado de Fábio afirmou que vai recorrer da decisão.