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Da Redação
Publicado em 20 de maio de 2024 às 15:54
O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), se isentou, na manhã desta segunda-feira (20), ao ser questionado pela imprensa sobre os índices de analbatismo no estado. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados, na semana passada, mostram que existem 1,4 milhão de pessoas que não sabem ler e nem escrever no estado - o que representa o maior contingente do Brasil.
De acordo com o instituto, o número de analfabetos corresponde a 12,6% da população baiana, colocando o estado como detentor da 9º maior taxa de analfabetismo do país. Em entrevista coletiva nesta segunda, Jerônimo Rodrigues disse que a alfabetização é de responsabilidade dos municípios.
“No que diz respeito ao analfabetismo, eu quero dizer, novamente, como a gente sempre fala sobre a saúde, quem alfabetiza são os municípios. É do município que começa a creche, o infantil, o Fundamental I, o Fundamental II. Então, a gente vai ficar de cá aguardando os estudantes chegarem no nível Médio”, declarou.
O governador disse, entretanto, que o estado “não vai ficar de cá aguardando os estudantes chegarem no Ensino Médio, eu tenho que ir lá atrás”, mas não explicou como o governo pretende reduzir o número de analfabetos. Ele afirmou que, ao entregar vans escolares, como fez nesta segunda, contribui para melhorar a educação na Bahia.
“Eu fiquei, naturalmente, como gestor, contente, porque nós continuamos avançando, sendo o estado do Nordeste que mais evoluiu no sentido de tirar as pessoas da condição de analfabetismo. Mas, enquanto gestor educador, eu sei da minha responsabilidade e sei que temos muito o que fazer”, acrescentou o petista.
Apesar de ter visto sua população não alfabetizada diminuir 17,8% entre 2010 e 2022 (-308.350 pessoas) e a taxa de analfabetismo recuar de 16,6% para 12,6%, a Bahia não teve nenhum avanço no ranking nacional para esses indicadores, mantendo-se nas mesmas posições de 12 anos atrás. Isso revela que, em comparação com outros estados, a Bahia teve pouca evolução na última década.
Em março deste ano, Jerônimo causou polêmica ao comparar o analfabetismo à doença. "(O analfabetismo) é como se nós tivéssemos uma doença. Para mim, o analfabetismo é uma doença da ignorância, de não poder ler, não pode escrever, não pode criticar. Isso acaba sendo uma doença, subjetivamente falando”, afirmou o governador, na ocasião.