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Millena Marques
Publicado em 29 de maio de 2024 às 19:54
O foco na votação do reajuste geral dos servidores estaduais da Bahia ofuscou a aprovação de outro projeto governista: o aumento dos salários do governador Jerônimo Rodrigues (PT), do vice-governador Geraldo Júnior (MDB) e dos secretários estaduais. O salário do líder petista salta de R$ 35 mil para R$ 36,8 mil, um acréscimo de 5,14%. O novo reajuste é aprovado após aumento de 49% em 2022.
A matéria foi aprovada por unanimidade nesta terça-feira (28), durante sessão na Assembleia Legislativa da Bahia (Alba). O texto prevê um aumento dividido em duas partes: o governador receberá R$ 36,1 mil a partir deste mês, e R$ 36,8 mil a partir de 31 de agosto. Os subsídios do vice-governador e dos secretários são fixados em 95% do subsídio do governador. Dessa forma, o pré-candidato à prefeitura de Salvador, Geraldo Júnior, receberá um pouco mais de R$ 34 mil.
Antes mesmo de ocupar o Palácio de Ondina, Jerônimo Rodrigues foi beneficiado com um aumento. Isso porque durante a transição de governo, em dezembro de 2022, a Assembleia Legislativa aprovou um reajuste de 49% no salário do governador: foi de R$ 23,5 mil para R$ 35 mil. Atualmente, o petista tem o terceiro maior salário entre governadores do Nordeste, atrás apenas do gestor de Sergipe, Fábio Mitidieri (PSD), com R$ 44 mil, e da governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB), que recebe mensalmente R$ 42,1 mil.
Na mesma sessão, a Alba aprovou o reajuste geral de 4% dos servidores do estado. As mudanças contemplam o funcionalismo com a regulamentação e reajuste do auxílio refeição, reajuste complementar de 2,85% para carreiras com vencimento básico abaixo do salário-mínimo e a aplicação do piso nacional da educação – que será reajustado em 3,62%. Para os professores, o reajuste é de 5,69%. Também foi aprovado o sétimo empréstimo do governo Jerônimo, que já acumula R$ 5,7 bilhões em operações de crédito.
Durante evento de lançamento do São João da Bahia, após a aprovação dos projetos, Jerônimo afirmou que o reajuste concedido ao funcionalismo público é o que o governo consegue pagar. “Não existe outra proposta. Eu fiz minhas contas. Se eu pagasse 10%, eu não poderia pagar. É simples. Se botasse 5%, eu não teria condições de pagar. Nós começamos com 2,6% e chegamos a 4%. O que foi aprovado é o valor que posso pagar”, disse.
Entre 2015 e 2023, os servidores estaduais da Bahia só tiveram reajuste salarial em três ocasiões: 2015, 2022 e 2023. Os modestos aumentos concedidos por governos petistas foram insuficientes para compensar as sobrecargas inflacionárias acumuladas nos últimos oito anos, e estes funcionários públicos tiveram uma perda de 35,10% no rendimento salarial neste período, segundo estudo do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Econômicos (Dieese).
*Com colaboração de Yasmin Oliveira e orientação do editor Rodrigo Daniel Silva