Jerônimo não define prazo para entrega da nova rodoviária de Salvador após atraso em obras

“Nem tudo que a gente deseja no nosso tempo acontece”, declarou governador da Bahia

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  • Millena Marques

Publicado em 17 de julho de 2024 às 19:06

Jerônimo disse que obedecer os prazos do Ministério da Justiça e Segurança Pública.
Governador Jerônimo Rodrigues Crédito: GOVBA

Promessa ainda do governo Rui Costa (PT) há quatro anos, a nova rodoviária de Salvador integra o pacote de obras em atraso da gestão estadual. A construção em Águas Claras começou em 2021 e havia a previsão de ser concluída em dois anos – agora, não há data oficial para inauguração. Questionado sobre o andamento do projeto, o governador Jerônimo Rodrigues (PT) afirmou que “não está no tempo” do seu desejo.

“Nem tudo que a gente deseja no nosso tempo acontece quando a gente tem que seguir as regras da lei. Existe uma lei de licitação, que foi feita e uma empresa ganhou. Se a empresa estiver dentro do tempo limite para entregar, faremos. Senão, tomaremos outras decisões”, afirmou Jerônimo, em entrevista coletiva na última terça-feira (16).

Inicialmente com um investimento previsto de R$ 120 milhões, a nova rodoviária de Salvador deveria ser entregue em janeiro de 2023. O atraso é investigado pela Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos de Energia, Transportes e Comunicações da Bahia (Agerba). O CORREIO tentou contato com o órgão, mas não obteve sucesso.

A entrega do novo terminal rodoviário às margens da BR-324 não é o único problema do governo estadual no que diz respeito ao atraso de obras. Prometido há três anos, o Veículo Leve de Transporte (VLT) de Salvador deverá ser entregue completamente em outubro de 2027. O novo modal substituirá os trens do Subúrbio, extintos em fevereiro de 2021.

Um levantamento do CORREIO aponta que, entre fevereiro de 2021 e abril deste ano, as pessoas que utilizavam a linha de trens entre Paripe e Calçada nos cinco dias úteis perderam, em média, R$ 6,7 mil desde a desativação do antigo modal. Esses passageiros tiveram que desembolsar mais dinheiro para se deslocar, já que passaram a pagar passagens dos ônibus entre R$ 4,20 no início de 2021 a R$ 5,20 atualmente.

O prefeito de Salvador, Bruno Reis (União Brasil), inclusive, cobrou que o novo modal saia do papel. “Porque eu sei as dificuldades que as pessoas enfrentam hoje no transporte público em todas as grandes cidades do Brasil, e aqui em Salvador não é diferente. A gente espera que o VLT possa efetivamente sair do papel.”, afirmou o gestor municipal.

O projeto do VLT já custou aos cofres públicos mais de R$ 60 milhões entre 2019 e 2024. O início das obras só foi autorizado no dia 14 de junho deste ano.

*Com orientação do editor Rodrigo Daniel Silva