Jerônimo fala em 'celebrar' queda da criminalidade, mas Bahia só reduz em 1% mortes violentas entre 2022-2023

Indicador, divulgado nesta quinta-feira (18) no 18º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, aponta que a Bahia permanece como estado mais violento do país

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  • Rodrigo Daniel Silva

Publicado em 18 de julho de 2024 às 11:08

Jeronimo Rodrigues
Governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues Crédito: Divulgação

O governador Jerônimo Rodrigues (PT) disse, na semana passada, que a Bahia estava em um “momento de celebração” porque os índices de violência no estado reduziram. Entretanto, o indicador, divulgado nesta quinta-feira (18) no 18º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, aponta que o número de mortes violentas só caiu 1,3% entre 2022 e 2023.

Enquanto no último ano do governo Rui Costa (PT) foram registradas 6.663 mortes violentas, no primeiro ano da gestão de Jerônimo ocorreram 6.578. Uma diferença de 85 mortes violentas – que é a soma dos homicídios dolosos, latrocínios, lesões corporais seguidas de morte e mortes por intervenção de agentes policiais. Apesar da redução, a Bahia permanece como o estado mais violento do país. O estado baiano teve 54% a mais de mortes violentas do que o segundo lugar, o Rio de Janeiro.

Na semana passada, sem citar dados, o governador declarou que a Bahia tinha que comemorar a queda nos índices de violência.

"A Bahia está num momento de celebração. Os dados comparativos entre o que nós vimos no ano passado e no ano retrasado, agora no primeiro semestre, são dados que nos animam. Nós vamos continuar vencendo essa batalha contra a insegurança, enfrentando o crime organizado, sem receio. É isso que a sociedade. É tranquilidade. Não é só os números. É a sensação de paz e nós estamos construindo esse ambiente", declarou o Jerônimo Rodrigues, durante o último dia 9 de julho, no evento de lançamento do sistema de emissão da nova Carteira de Identidade Nacional, que aconteceu na unidade do SAC do Terminal Pituaçu.

Institutos independentes, que analisam a violência no país, ainda não divulgaram dados sobre a criminalidade neste ano.

A declaração do governador gerou críticas da oposição. O vice-presidente nacional do União Brasil e ex-prefeito de Salvador, ACM Neto, disse que ficou “perplexo” com a fala do chefe do Executivo baiano.

“Lamentavelmente, (o governador) faz política ao invés de ter humildade para compreender a realidade do nosso estado, a gravidade da situação da segurança e tomar medidas", afirmou Neto.