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Tharsila Prates
Publicado em 11 de fevereiro de 2025 às 18:15
A violência armada fez 141 vítimas em Salvador e na região metropolitana em janeiro, com 111 mortos e 30 feridos. O primeiro relatório do Instituto Fogo Cruzado de 2025 também registrou 141 tiroteios, sendo que 54 deles ocorreram em ações e operações policiais, resultando em 43 pessoas mortas e seis feridas.>
Apesar dos dados, houve uma redução de 8% no número de baleados em relação a janeiro de 2024, quando 153 pessoas foram baleadas, sendo 116 mortas e 37 feridas na capital e RMS.>
Entre os 111 mortos em 2025, 100 eram homens, dez eram mulheres e uma era uma mulher trans. Trinta pessoas foram feridas por arma de fogo: 23 homens, duas mulheres, e cinco pessoas não tiveram o gênero identificado.>
Esse é o pior início de ano da série histórica para as mulheres - foram 12 baleadas, sendo dez mortas. Em janeiro de 2024, o Instituto Fogo Cruzado registrou uma mulher morta e duas feridas. Em 2023, no mesmo período, duas mulheres foram mortas. >
Também entre os casos registrados em 2025, oito pessoas foram mortas dentro de residências. Os óbitos ocorreram em Salvador (5), Camaçari (2) e Pojuca (1).>
Entre as vítimas, cinco eram homens e três mulheres, sendo sete adultos e uma criança. Dos identificados racialmente, quatro pessoas eram negras. Na madrugada do dia 1º de janeiro, uma criança de 6 anos foi atingida por uma bala perdida enquanto dormia em sua casa, na Travessa Nossa Senhora de Lourdes, no bairro Alto da Terezinha, em Salvador. Ela foi levada ao Hospital do Subúrbio, mas não resistiu aos ferimentos e morreu cinco dias depois. >
Além disso, cinco pessoas foram mortas e três ficaram feridas quando estavam dentro de automóveis; duas pessoas foram mortas e cinco ficaram feridas em bares; uma pessoa foi morta e outra ficou ferida dentro do transporte público; e outra pessoa foi morta durante um evento.>
“Janeiro reflete como a violência armada é implacável ao vitimar pessoas inocentes até em suas casas, a exemplo da menina Lara Lis Santos Rangel, 6 anos, baleada e morta enquanto dormia. Se a política de segurança estabelecida não dá conta de proteger crianças, o que é o mínimo, é urgente estruturar políticas públicas que efetivamente protejam a população”, avalia Tailane Muniz, coordenadora regional do Instituto Fogo Cruzado na Bahia.>
Números por cidade mapeada:>
Entre os bairros mais afetados pela violência armada no mês de janeiro, segundo o Fogo Cruzado, estão:>