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Wendel de Novais
Publicado em 21 de janeiro de 2025 às 14:05
Seja na rua, no transporte público, em uma empresa privada ou repartição pública, ofender ou constranger alguém por conta da religião que pratica é um ato de intolerância religiosa. Um crime que tem pena de reclusão de 1 a 3 anos, além do pagamento de multa. Esse tipo de caso, inclusive, tem um destino certo, a partir desta terça-feira (21), em Salvador: a Delegacia Especializada de Combate ao Racismo e à Intolerância Religiosa (Decrin). >
Inaugurada nesta terça, na Rua Padre Luiz Figueira, no Engenho Velho de Brotas, com a presença do governador Jerônimo Rodrigues, a delegacia será coordenada por Ricardo Amorim, delegado da Polícia Civil que atuava na Coordenação Especializada de Repressão aos Crimes de Intolerância e Discriminação (Coercid), que acompanhava investigações em relação aos dois crimes. Agora, com o fim da Coercid e o início da Decrin, as denúncias podem ser feitas em qualquer delegacia, mas as investigações serão conduzidas pela especializada. >
“Se uma pessoa registrar um caso de racismo em Itapuã ou Periperi, vai ser direcionado para a Decrin, que tem policiais especializados para fazer a investigação do começo ao fim, encaminhar para justiça, fazer intimação, interrogar a pessoa que cometeu o crime e fazer com que esses crimes sejam investigados da forma mais rápida possível”, fala Ricardo Amorim, detalhando as mudanças com a delegacia. >
O delegado alerta ainda que casos em que pessoas sejam vítimas de injúria racial e intolerância religiosa devem ser levados à polícia, mesmo que aconteçam durante brigas de vizinhos ou em transporte público, por exemplo. O que, para alguns pode ser uma ‘ofensa’, é crime para a Justiça e vai ser tratado assim. Além do rigor nos casos, Ricardo destaca a diferença no tratamento para vítimas que queiram denunciar. >
“Aqui dentro a gente tem uma estrutura de psicologia e de assistência social para atender e acolher as vítimas. Além disso, temos um ‘núcleo cyber’ para coordenar investigações na internet. Como se trata de um centro, teremos aqui delegado, investigador e escrivão para receber esses casos todos os dias, incluindo o final de semana. As apresentações da PM desses casos e de pessoas presas serão direcionadas para cá também por conta disso”, completa Amorim. >
Apesar da inauguração acontecer nesta terça-feira (21), o funcionamento da delegacia será oficializado na quarta-feira (22), quando a criação da Decrin será publicada no Diário Oficial do Governo do Estado da Bahia.>