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'Inquieta': atriz Zeca de Abreu faz reflexão sobre encontro setorial de teatro na Bahia

Em postagem nas suas redes sociais, Zeca explicou a sua inquietude

  • Foto do(a) author(a) Fernanda Varela
  • Foto do(a) author(a) Jorge Gauthier
  • Fernanda Varela

  • Jorge Gauthier

Publicado em 19 de abril de 2025 às 12:44

Zeca de Abreu em A Filha de Monga
Zeca de Abreu em A Filha de Monga Crédito: divulgação

Inquieta. Foi assim que a atriz Zeca de Abreu (@zecadeabreu.atriz) se definiu após sua participação no encontro setorial de teatro da Bahia, que ocorreu no dia 16 de abril. Em postagem nas suas redes sociais, Zeca explicou a sua inquietude.

"O encontro começou às três e quinze da tarde. Terminou depois das nove da noite. Houve apresentação da Secretaria, houve escuta, houve microfone aberto. Mas o que me atravessou mais fundo não foram os dados oficiais — foram as vozes que ecoaram do público. Artistas, técnicos, professoras, produtores. Pessoas que vivem o teatro não no papel, mas na prática. Que falaram com a urgência de quem cria no improviso, na precariedade, na insistência", falou.

Veja vídeo: 

Entenda o encontro

Artistas cobraram nesta quarta-feira (16), do Governo estadual, incentivos ao teatro local. O encontro da classe artística com representantes do Estado, chamado de Diálogo Setorial, aconteceu na Sala do Coro do TCA e teve um momento de tensão logo no início, quando uma pessoa, do lado de fora, gritava por "socorro" e repetia a frase "Estou sendo agredido!". O secretário de cultura, Bruno Monteiro, interrompeu o discurso de abertura e teantou tranquilizar o público, apostando que se tratava de uma performance artística. Houve quem duvidasse.

Mas era o ator Marcos Cristiano, que faz teatro de rua em Salvador: "Que governo é este que proíbe o artista de sua livre manifestação? Fui agredido, fui impedido de entrar", gritava, enquanto entrava na Sala do Coro. Mais tarde, Marcos disse que foi impedido de entrar com uma faixa onde sinalizava sua insatisfação com a política estadual de incentivo ao teatro, especialmente o teatro de rua.

Passada a tensão inicial, Bruno Monteiro retomou seu discurso e destacou a importância de se investir em estutura: "Temos aí um investimento de R$ 300 milhões em estrutura e estamos num espaço que recebe a maior fatia disso e chegou à terceira etapa da obra, que é a mais complexa", disse, referindo-se à reforma da Sala Principal do TCA, que deve ser concluída no primeiro semestre do ano que vem. Monteiro acrescentou que o teatro precisava de uma reforma: "Os problemas de uma estrutura dessa não se resolve com armengue, mas com uma obra estrutrante como a que está sendo feita".

Segundo Monteiro, o orçamento do Estado para a cultura tem crescido, "a partir de decisões coletivas e diálogos feitos em diversas esferas. Nosso orçamento já é o dobro do último ano da gestão anterior. Além disso, temos executado políticas em parceria com outras secretarias, como a secretaria de educação".

O ator e diretor Gordo Neto destacou a importância do Fundo de Cultura do Estado da Bahia, criado em 2005, mas se queixou da redução de valores. Segundo o diretor, de acordo com a Secretaria da Fazenda, o Fundo dispunha de R$ 33 milhões em 2014. Nos últimos três anos, no entanto, não chegou perto disso: em 2014, foi R$ 33 milhões; 2015, R$ 32 milhões; e 2016, R$ 30 milhões. "Esses números recentes são pífios e não são da pandemia, para que não vire uma desculpa". Gordo Neto pediu também a criação de um edital específico para a manutenção de grupos e coletivos.

O ator Antônio Soares falou sobre a discriminação contra artistas que são PCD (pessoas com deficiência) e citou espetáculos que não têm deficientes físicos em seu elenco: "Que inclusão é esta? Que acolhimento é este pro artista deficiente físico? Eu fico à margem e como vou pagar meus boletos? Os artistas que fazem papel de deficientes não são deficientes!".