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Maysa Polcri
Publicado em 25 de dezembro de 2024 às 05:15
Antes da Copa de 1994, eram poucos os ‘Romários’ baianos. Na década de 1960, apenas 198 pessoas foram registradas com esse nome na Bahia, segundo o Censo daquele ano. Anos depois, na década em que o Brasil foi tetracampeão mundial, o número de bebês batizados com o nome do craque explodiu e foram 6,3 mil. O tempo passa, mas a lógica permanece: famosos influenciam na escolha dos nomes dos bebês de anônimos.
No ano em que a filha de Léo Santana e Lore Improta nasceu, 2021, o nome Liz não aparecia entre os 10 mais registrados na Bahia. No ano seguinte, nasceram 1.061 bebês com esse nome no estado - o quinto mais repetido. Em 2024, o número diminuiu, mas Liz ocupa o sexto lugar do ranking baiano, com 990 bebês.
A lista dos nomes preferidos dos baianos ainda inclui Maria Alice, nome da filha mais velha da influenciadora Virgínia, que tem mais de 50 milhões de seguidores nas redes sociais. Entre os meninos, Gael foi o nome mais registrado no estado pelo quarto ano seguido (veja a lista completa aqui). O nome é o mesmo dos filhos do youtuber Christian Figueiredo e do jogador de futebol Rafinha.
“As pessoas se inspiram nos ‘heróis’ do momento. Sejam esportistas, políticos, artistas da televisão ou da internet. Isso não é algo novo, mas agora nós temos mais facilidade em cruzar os dados e analisar as tendências”, avalia Daniel Sampaio, presidente da Associação dos Notários e Registradores da Bahia (Anoreg/BA).
“Se olharmos os registros da década de 1990, são páginas e mais páginas de ‘Romários’ que foram registrados na Bahia”, comenta. Na década de 2000, o nome perdeu força. Foram 598 registros na Bahia. O baiano Lucas Barbosa até tentou homenagear o ídolo do futebol quando soube que seria pai. “Desde pequeno, eu sempre disse que quando tivesse um filho o nome dele seria Cristiano Ronaldo”, conta.
Thaylane, a mãe do primeiro filho do casal, não gostou e barrou a ideia. “Ela queria que fosse Noah, mas esse nome eu não queria de jeito nenhum. Só aqui onde eu moro, são dois. É um nome muito comum”, diz. Ele tem razão, apenas neste ano, foram registrados 1.288 ‘Noahs’ baiano - é o sétimo nome mais comum no estado.
Lucas até tentou uma outra homenagem futebolística. A segunda opção seria Gabriel. Com o sobrenome do pai, o bebê seria Gabriel Barbosa - assim como o ídolo da torcida do Flamengo, Gabigol. “A mãe também não quis. Falou que ele já nasceria com esse peso. Decidimos que seria Theo. Eu ia registrar como Théo Cristiano, mas desisti quando estava no cartório”, conta. O bebê nasceu em 24 de junho deste ano.
No ranking de nomes mais repetidos em 2024, Théo aparece em segundo lugar, com 1.704 registros. O líder é Gael, com 1.951. Entre as meninas, os preferidos foram: Helena e Maitê. Ambos também foram utilizados por famosos neste ano. A terceira filha do jogador Neymar se chama Helena. A filha do MC Hariel foi batizada com o nome Maitê.
Pela primeira vez, o nome Aurora aparece no top 10 baiano, com 819 registros. Em março, a primeira filha do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), fenômeno nas redes sociais, nasceu e foi batizada com este nome. Em 11 de novembro, a influenciadora Viih Tube deu à luz ao segundo filho, Ravi. Resta ver se, no ano que vem, o nome, que já ocupa o 3º lugar entre os baianos, vai subir de posição.